O presidente sul-coreano está a ser alvo de críticas internas suscitadas com a revelação de conversações secretas com a Coreia do Norte e reveladas por Pyongyang, e já confirmadas por Seoul.
A administração do presidente Lee Myung-bak está a defender-se de críticas surgidas com as revelações de conversações secretas com a Coreia do Norte.
As duas Coreias não têm relações diplomáticas e o presidente Lee parece ter seguido o caminho mais difícil para se aproximar de Pyongyang.
A Coreia do Norte indicou ontem que três altos responsáveis sul-coreanos “imploraram” para a realização de uma cimeira entre os líderes dos dois Estados e pagaram subornos durante encontros secretos em Pequim no mês passado.
O sul-coreano ministro da unificação, Hyun In-taek confirmou hoje aos parlamentares que as reuniões clandestinas tiveram lugar, mas que não houve intenções de arranjos de uma cimeira entre os dois líderes. Segundo ainda In-taek as conversações secretas tinham por finalidade pressionar a Coreia do Norte a apresentar desculpas pelas provocações militares do ano passado.
Para Marcus Noland do Instituto Peterson para questões Económicas Internacionais, o problema não está nas conversações entre os dois Estados, mas sim do facto da Coreia do Norte ter provocado mais um embaraço público a semelhança de anteriores ocasiões.
Noland especula assim que alguma coisa está a acontecer em Pyongyang e que terá forçado o país a renunciar as conversações secretas com Seoul.
“Eu penso que a política interna está numa direcção muito militarista.”
A revelação por Pyongyang das conversações secretas segue a pronunciamentos pela Coreia do Norte de que estava a cortar todos os contactos com Seoul.
Alguns analistas de serviços secretos ocidentais dizem que esta situação assinala uma nova e perigosa fase nas relações inter-Coreanas. Os mesmos especialistas sublinham que este posicionamento de Pyongyang pode significar que o país está a pronto a responder com acções militares a qualquer suposta provocação da Coreia do Sul.
Marcus Noland um economista que segue de perto a Coreia do Norte concorda com o esse cenário.
“Penso que o espectro da provocação do ano passado é significativamente elevado. Os norte-coreanos estão numa situação de dificuldade. A economia não está indo bem. Penso que estão a pedir ajudas alimentares ao mesmo tempo que lançam-se numa espécie de provocação, antecipando o momento em que serão forçados a cooperar.”
Uma delegação da agência americana para o desenvolvimento internacional está na Coreia do Norte a avaliar a situação antes de Washington decidir se retoma ou não a ajuda alimentar ao país.
O líder norte-coreano Kim Jong-il, esteve de visita a China no mês passado, a terceira vez em 13 meses. Analistas dizem haver sinais de que essas digressões não têm sido bem sucedidas, e que tem havido aparentes desacordos sobre o processo para a retoma de negociações internacionais acerca do programa nuclear da Coreia do Norte.