Recolha compulsiva de cartões eleitorais
Quinze dias depois do término oficial do processo de actualização do registo eleitoral a UNITA na Huíla veio denunciar várias irregularidades ocorridas durante o processo.
Em conferência de imprensa, a secretária provincial da UNITA, Amélia Judite, denunciou, que várias aldeias no município do Kuvango, no leste da província, foram ignoradas durante o processo, e que muitas pessoas fora da idade eleitoral, crianças em particular, acabaram registadas a coberto das autoridades tradicionais e do governo.
A líder do Galo Negro na região denunciou ainda a recolha compulsiva dos cartões eleitorais em instituições públicas e privadas, como práticas que para Amélia Judite, configuram violações graves a lei e propiciam a fraude eleitoral.
“Estes actos ilegais reiteradamente praticados pelos agentes do regime, configuram sem qualquer dúvida um artifício fraudulento de que mais uma vez vai ser vítima o povo angolano”.
Amélia Judite disse que o partido que dirige, com as demais formações políticas da oposição, tentou impedir algumas irregularidades no processo, mas a força do executivo se sobrepôs em algumas ocasiões.
“Noutras circunstâncias não foram impedidas por causa do envolvimento do próprio executivo em si. Crianças houve que foram registadas a partir das comissões executivas, tanto mais que a dado momento houve a tal chamada simulação de atribuir cédulas aos cidadãos. Digo simulação porque, que seja devidamente entendido, nos locais de registo eleitoral, houve simulação de entrega de cédulas e em simultâneo a adulteração das idades ou das faixas etárias destas mesmas crianças para que pudessem registar-se”.
UNITA na Huíla denuncia irregularidades no processo de actualização e registo eleitoral recentemente terminado em Angola.