O que é a Boko Haram?
Uma sangrenta série de ataques no norte da Nigéria ocorridos na semana passada causaram a morte a pelo menos 30 pessoas apesar de meses de grandes medidas de segurança contra a seita militante islâmica Boko Haram.
Quase dois anos após o ressurgimento, pouco se sabe sobre os autores da violência. A falta de informação sobre a seita dificulta as medidas de segurança e enfurece a seita que acaba de divulgar um vídeo ameaçando realizar mais ataques contra as agências de notícias por alegadamente divulgarem informações parciais e incorrectas.
O vídeo agora divulgado pela seita nigeriana, conhecida por Boko Haram, começa com imagens de uma grande explosão junto aos escritórios em Abuja do jornal This Day quando uma viatura armadilhada atingiu o edifício.
O ataque na passada quinta-feira matou três pessoas. Uma voz não identificada, falando em idioma Hausa, promete mais ataques contra o jornal, menciona outros jornais nigerianos, e organizações internacionais, tais como a Voz da América. Acusa os meios de comunicação de insultarem o Islão e ajudarem o governo na campanha contra a seita.
No vídeo mais recente, por exemplo, o Bopko Haram reivindica o ataque de domingo contra uma universidade em Kano que matou pelo menos 15 pessoas.
A Boko Haram, que se auto domina Ahlis Sunnah, está activa no norte da Nigéria desde 2003 e deseja impor a lei islâmica, ou sharia. A seita tem efectuado cada vez mais ataques tanto contra as forças de segurança e a população civil e alegadamente matou mais de um milhar de pessoas desde 2009.
A adicionar à confusão, são os actos de violência que a Boko Haram não reivindica responsabilidade.
Os analistas sustentam que a seita militante emergiu como um tornado tendo por base problemas crónicos no norte da Nigéria: a pobreza, a corrupção, a impunidade por abusos da policiai e das forças de segurança e a luta política entre o norte e o sul.
Abundam os rumores e as conspirações, mas muito pouco se sabe na realidade quem integra o núcleo militante.
O governo nigeriano dedicou um quinto do orçamento nacional para este ano à segurança, mas até agora, não tem sido capaz de parar com a violência quase diária.