A Turquia enviou hoje uma delegação à Síria para acelerar a aplicação das reformas políticas e pôr fim a repressão militar contra os manifestantes anti-governo do presidente Bashar al-Assad.
A missão turca tem lugar dia depois da demissão em bloco de pelo menos 228 membros do partido Baas no poder em protesto ao uso de força contra manifestantes pro-democracia.
A agencia de notícias Associated Press indicou hoje que tanques sírios foram enviados esta Quinta-feira para o porto de Latakia, palco dos recentes protestos e onde as forças de segurança alegadamente dispararam contra os manifestantes.
A repressão continuou igualmente no sul do país em Deraa uma cidade sitiada por tropas e colunas militarizadas do exército, que actualmente obrigam as pessoas a permanecerem em casa. Segundo testemunhos, há uma forte presença militar em outras cidades incluindo dois subúrbios da capital Damasco.
A agência Reuters por sua vez reportou citando uma organização síria dos direitos humanos, que pelo menos 500 pessoas tinham sido mortas, e milhares de outras foram detidas durante a escalada da violência das últimas semanas.
A demissão em bloco ontem dos membros do partido Baas inclui mais de 200 elementos da cidade de Deraa. Na cidade costeira de Banias outros 28 militantes desse partido no poder se demitiram acusando as forças armadas e grupos de homens armados de atirarem contra cidadãos honráveis.
O governo sírio disse por seu lado que o cerco militar destina-se a proteger os cidadãos e não os molestar.
Ontem o Conselho de Segurança das Nações Unidas fracassou em obter um acordo sobre uma declaração comum condenando a violenta repressão dos protestos na Síria. A Rússia que se opôs ao que chamou de ingerência estrangeira na Síria, apelou ao governo sírio para levar a justiça os responsáveis pela matança de civis durante os protestos.
Esforços diplomáticos ao nível da ONU para pôr fim a violência continuar amanhã com uma reunião do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas. Países da União Europeia, nomeadamente a França, Reino Unido, Alemanha, Itália e Espanha vão também ouvir os embaixadores sírios numa acção coordenada que visa pressionar o regime de Bashar al-Assad. Bruxelas está a estudar as vias para impor sanções económicas à Síria no caso de a situação se persistir.