Quatro ex-líderes mundiais declararam que a Coreia do Norte mudou de atitude no que se refere a debater questões fundamentais com a Coreia do Sul.
Contudo os antigos estadistas, que passaram esta semanas 3 dias em Pyongyang, não chegaram a encontrar-se com qualquer dos principais dirigentes dos dois países.
O antigo presidente americano Jimmy Carter afirmou que a delegação não chegou a encontrar-se com o líder norte-coreano, mas salientou que um vice-ministro lhes tinha transmitido uma mensagem de Kim Jong Il.
Na mensagem uma mudança implícita na posição de Pyongyang abrindo as portas ao debate de questões determinantes com Washington: “eles disseram-nos que estão dispostos a abordar questões nucleares ou quaisquer outras questões militares directamente com a Coreia do Sul, incluindo conversações ao mais alto nível entre Kim Jong Il e o presidente sul-coreano.”
O grupo não transmitiu no entanto directamente a proposta ao presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak.
Carter era acompanhado do antigo presidente da Finlândia, Martti Ahtisaari, da ex-primeira-ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland e da ex-presidente irlandesa Mary Robinson.
Os 4 antigos estadistas chegaram quinta-feira a Seoul provenientes de Pyongyang e reuniram-se com dois ministros do gabinete sul-coreano antes de prestarem declarações à imprensa.
Na ocasião afirmaram que os dirigentes norte-coreanos insistem que não podem por termo aos seus programas nucleares sem que haja garantias de segurança por parte de Washington.
Recordamos que as conversações para por termo aos programas nucleares norte-coreanos caíram num impasse há dois anos atrás.
O negociador chinês nessas conversações, Wu Dawei, deslocou-se esta semana a Seoul para tentar reactivá-las. A China sugeriu que a Coreia do Norte mantivesse conversações primeiro com a Coreia do Sul e depois com os Estados Unidos.
A Coreia do Norte já levou a cabo dois testes nucleares e presume-se que disponha de plutónio suficiente para cerca de 6 bombas nucleares.
Os 4 enviados salientaram que esta sua deslocação tinha por objectivo principal a crise humanitária na Coreia do Norte.
A esse propósito Carter afirmou que duvidava de que alguém pudesse mudar a atitude do governo norte-coreano em relação aos direitos humanos.
Acrescentou contudo que o resto do mundo tem a obrigação de aliviar o sofrimento dos que padecem de fome naquele país comunista.
Por seu turno a antiga presidente irlandesa, Mary Robinson, afirmou que se tratava de uma situação de vida ou de morte.
Disse ainda que a Coreia do Sul transmitiu à delegação que estava a considerar seriamente recomeçar com a ajuda alimentar à Coreia do Norte.
Quatro ex-líderes mundiais declararam que a Coreia do Norte mudou de atitude no que se refere a debater questões fundamentais com a Coreia do Sul.