O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, afirmou hoje que a crise na central nuclear de Fukushima é muito grave enquanto prosseguem esforços desesperados para arrefecer os reactores danificados na sequência do terramoto da semana passada.
Naoto Kan salientou que os bombeiros e militares que se encontram junto à central estão a por em risco as suas vidas enquanto tentam inundar com água os edifícios contendo os reactores de modo a impedir mais sobreaquecimento e mais emissão de radioactividade.
Os bombeiros japoneses estão agora a usar canhões de água depois de a força aérea ter sido obrigada a cancelar a utilização de helicópteros por causa do risco para os pilotos devido à elevada radiação.
Equipas de emergência estão também a tentar restabelecer a energia eléctrica na central de modo a poder operar de novo as bombas que transportavam água para arrefecer os reactores.
Contudo as autoridades dizem que possivelmente esse objectivo só deverá ser atingido no domingo. Até lá o sobreaquecimento e a emissão de radioactividade continuam.
O governo nipónico decidiu entretanto aumentar de 4 para 5 o grau de severidade do acidente nuclear na escala internacional com uma graduação máxima de 7.
O grau 5 define um acidente com amplas consequências incluindo alguma libertação de material radioactivo com uma grande probabilidade de exposição do público à radioactividade.
Os reactores da central nuclear de Fukushima, danificada pelo sismo seguido de tsunami, estão a emitir elevados níveis de radiação para atmosfera na sequência dos incêndios causados pelo colapso dos seus sistemas de arrefecimento.
Na sequência do sobreaquecimento as cúpulas que protegem alguns dos reactores abriram brechas deixando escapar descontroladamente para a atmosfera a radiação.
Caso falhem as tentativas para arrefecer os reactores, as autoridades japonesas começam a encarar a hipótese de deitar grandes quantidades de areia e de cimento sobre as instalações para conter de vez a radiação à semelhança do que foi feito na central nuclear soviética de Chernobyl depois do acidente de 1986 que contaminou vastas regiões da Europa do Leste.
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, afirmou hoje que a crise na central nuclear de Fukushima é muito grave