Grande Hotel da Huíla não paga salários há 14 meses

  • Teodoro Albano

Grevistas em frente ao Grande Hotel da Huíla, no Lubango

O Hotel já foi uma das referências turísticas da província

Trabalhadores da mais antiga unidade hoteleira da cidade do Lubango, o conhecido Grande Hotel da Huíla, estão em greve faz hoje nove dias, reivindicando 14 meses de salário em atraso.

Os funcionários esticaram a corda e sentiram que a melhor forma de exigir o patrão a honrar com os compromissos salariais, era paralisar por tempo indeterminado com a actividade laboral.

O porta-voz dos grevistas, Ronaldo Inácio, diz não compreender a incapacidade de liquidação da dívida por parte da entidade empregadora, que no entendimento dos trabalhadores não se justifica.

“A partir dos dados da contabilidade e finanças que muitos de nós tiveram acesso, mesmo os próprios grevistas, muitos deles são recepcionistas ao longo desse processo todo foram nos dando dossiês que justificavam realmente que não se fazia sentir os 14 meses de salários em atraso”.

A retoma da actividade está condicionada ao pagamento de 12 dos 14 meses de salários atrasados garantem os grevistas.

Entretanto a adesão à greve é de apenas 50 por cento, ou seja, metade dos 69 trabalhadores não aderiram a greve, facto que fragiliza a reivindicação, conforme reconhecem os grevistas.

“É que eles estão a trabalhar mas não têm efectivamente os salários que reivindicam, no cômputo geral os que estão aí dentro não estão convictos do que estão a fazer”.

A Voz da América apurou que o salário mínimo naquela unidade hoteleira está fixado no equivalente em Kwanzas a 120 dólares e o máximo em 890 dólares.

A direcção do Grande Hotel da Huíla rejeita qualquer contacto com a imprensa.

O Grande Hotel da Huíla já foi uma das referências turísticas da província. A entrada no mercado de novas unidades hoteleiras nos últimos dois anos, referem observadores, e o consequente aumento da concorrência pode ter afectado a tesouraria do hotel situado bem no coração do Lubango.