Não vivemos num país democrático, sustenta David Mendes

Não vivemos num país democrático, sustenta David Mendes

Não pertencer ao MPLA constitui razão para ser declarado inimigo

Luanda está tensa. Ameaças de morte e residências vigiadas são relatos que nos chegam de pessoas visadas.

O político, advogado e defensor dos Direitos Humanos David Mendes disse ter recebido várias mensagens na madrugada de hoje.

Em carta que fez distribuir o responsável aponta igualmente para os boatos que vêm sendo disseminados via electrónica, anunciando a sua fuga para o exterior do país.

“Estamos conscientes de que não vivemos num país democrático onde não pertencer ao MPLA constitui razão para ser declarado inimigo. Mas estamos firmes na causa que defendemos: a Democracia e os Direitos Humanos”.

Já o soba Katapi que é o coordenador do FAT- Fórum das Autoridades Tradicionais denunciou o que chamou de vigilância de que é alvo a sua residência, depois duma inesperada visita que recebeu por parte de pessoas que não identificou.

Em 2004 o responsável tradicional foi surpreendido por polícias que o levaram para uma unidade, quando conversava com um deputado em sua própria casa.

Quando perguntado se tinha participado o caso a polícia, foi categórico em afirmar que não acreditava nela!

Junto com quatro outras organizações da sociedade civil, o FAT declarou apoio a vigília que teria lugar no domingo, organizado por três partidos da oposição, entretanto não autorizada pelo governador de Luanda.

Num momento em que o MPLA exorta os angolanos a elevarem os níveis de vigilância, impedindo que indivíduos de má fé possam perturbar o processo democrático e retardar os esforços em curso para a melhoria da qualidade de vida do povo angolano.

No comunicado publicado no final da II reunião do Bureau Político hoje realizada, o partido no poder apelou os seus partidários para não responderem a provocações recorrendo se necessário às instituições do Estado.

Polícias e militares têm reforçado o patrulhamento em Luanda.

Nas escolas a mobilização para marcha de amanhã tem carácter obrigatório!

Instado a comentar sobre o clima de tensão instalado, Rafael Marques designou de “intimidação nacional” a situação que se vive presentemente.