ONU: Angola tem papel importante na reforma militar da Guiné-Bissau

Encorajado com desenvolvimentos na Guiné-Bissau mas quer que governo aprove "roteirp" pa ra reformas do sector de segurança - Ban Ki-moon

Relatório do secretário-geral das Nações Unidas em debatido no Conselho de Segurança

Angola vai assumir um papel preponderante num processo de reestruturação das forças armadas de Angola, indica um relatório do Secretário-geral da ONU Ban Ki-moon.

O relatório foi apreciado pelo Conselho de Segurança e nele Ban torna claro pretender que o governo da Guiné-Bissau aprove em breve um “roteiro” já acordado pela Comunidade Económica da África Ocidental, CEDAO e pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

O relatório de Ban Ki-moon detalha os acontecimentos políticos na Guiné-Bissau nos últimos quatro meses e Ban Ki-moon diz estar “encorajado pelo progresso notável que a Guiné-Bissau obteve em eliminar os efeitos dos acontecimentos de 1 de Abril de 2010”.

Isto é uma referencia à revolta liderada pelo General António Indjai, revolta essa em que o primeiro ministro Carlos Gomes foi detido brevemente e o vice almirante Zamora Induta foi preso por alegado abuso de poder e desvio de fundos.

O documento de 15 páginas torna claro que a grande preocupação da ONU é a reforma do sector militar e faz notar que Angola deverá jogar um papel importante nesse aspecto.

Assim o documento diz que o representante especial da ONU em Bissau, Joseph Mutatoba, se reuniu em Outubro do ano passado em Luanda com o Presidente José Eduardo dos Santos para discutir os esforços bilaterais de Angola na Guiné-Bissau.

Nesse encontro, dos Santos teria sublinhado o benefício de Angola actuar “dentro dos parâmetros de parcerias multilaterais, especialmente as da CEDAO e da CPLP”.

O documento sublinha ainda que a CEDAO e a CPLP já aprovaram um roteiro para apoiar a reforma do sector de segurança na Guine Bissau que “prevê o envio de unidades de protecção e treino para fortalecer a segurança de instituições de estado e a desmobilização e reintegração de membros das forças armadas e dos serviços de segurança”.

No que diz respeito a Angola o documento lembra ainda a deslocação à Guiné-Bissau de uma delegação angolana para “indicar a prontidão de Angola de expandir o apoio fornecido à Guiné-Bissau e como questão de prioridade a reabilitação de instalações militares e treino e equipamento das forças de defesa e segurança da Guine-Bissau”.

O documento afirma que 30 milhões de dólares aprovados por Angola para esse programa serão aplicados dentro dos parâmetros do roteiro aprovado pela CPLP e a CEDAO.
Ban Ki-moon faz notar que por várias vezes foi sublinhada a necessidade da liderança da Guiné-Bissau p aprovar esse roteiro.

Ban Ki-moon nota que o Conselho de Segurança tinha pedido pormenores dos recursos necessários para a aplicação do roteiro afirmando que “para não se perder o ritmo positivo que se seguiu à adopção do roteiro confio que a liderança política e militar da Guiné-Bissau vai oficialmente confirmar a aderência ao plano da CEDEAO e os chefes de estado da CEDEAO vão aprova-lo para que o processo de implementação comece”.

Ban Ki-moon diz que tenciona enviar uma missão da ONU para a Guiné-Bissau antes do final do primeiro trimestre “para efectuar a avaliação” já anteriormente pedida pelo Conselho de Segurança.