Cerca de 36 mil famílias foram desalojadas pelas cheias na comuna do Dombe Grande, em Benguela, segundo disse à “Voz da América”, o coordenador provincial dos serviços de protecção civil António Maria Sita. Desse grupo, duas mil pessoas instalaram-se em escolas locais provocando a paralisação das mesmas.
O coordenador provincial disse ainda que, há a registar da morte de uma pessoa na sequência das inundações, no Dombe Grande, e cerca de dez mil camponeses ficaram cercados pelas águas no município do Chongoroi.
Sita informou que, neste momento, 26 fuzileiros da marinha de guerra trabalham para o resgate dos sinistrados e admite a possibilidade do ressurgimento da cólera e o alastramento da malária nas comunidades.
Em resposta, o governo de Benguela já começou a distribuir bens alimentares e utensílio domésticos para os desalojados.
Os sinistrados, são pessoas que vivem ao longo dos rios e utilizam as margens para a actividade agrícola.
O aumento dos caudais dos rios Hanja e Coporolo, provocado pelas enxurradas que se abatem no interior de Benguela, desde sábado último, deixou submersos milhares de hectares das culturas do milho, feijão e massango, e devastou os cultivos da batata-doce, mandioca e a banana. Cabeças de gado foram arrastadas pelas águas.
A falta de estruturas de protecção como o sistema de alerta rápido é apontada como uma das causas que permitem que a população ribeirinha seja apanhada de surpresa pelas periódicas enchentes.
De acordo com os membros daquelas comunidades, milhares de crianças correm o risco de perderem o ano lectivo, visto que as águas carregaram escolas, documentos pessoais e matérias escolares dos seus filhos.
Há mais 10 mil pessoas sitiadas pelas cheias em Chongorói