Milhares de estrangeiros apanhados na onda de violência na Líbia tentam desesperadamente abandonar aquele país.
Alguns tem a possibilidade de o fazer por avião, por ferry ou outro género de embarcação fretada pelos respectivos governos, enquanto outros atravessam a fronteira para o vizinho Egipto. Muitos deles foram ajudados por líbios.
Uma onda de gente atravessa a passagem no deserto para o Egipto, deixando para trás as vidas que construíram num país rico em petróleo que outrora ofereceu uma esperança, ainda que pequena, de riqueza.
Fugiram com medo, levando consigo aquilo que podiam: alguns poucos bens, algumas roupas, as poucas poupanças que tinham em casa. Outros não trazem nada estando apenas gratos por terem escapado com vida.
O egípcio Wael Mohmmad trabalhou como padeiro na região leste da Líbia. Embora a região se encontre cheia de ressentimento contra o governo de Tripoli, diz ele não ter sentido medo quando a rebelião teve inicio.
Explica a forma como os seus colegas de trabalho, foram assaltados por combatentes estrangeiros que transportavam navalhas e barras de metal, e vinham para matar. Foi nessa altura que ele, e os amigos, desistiram de ficar.
Mas até mesmo quando milhares de pessoas como Mohammad formam a onda de pessoas que abandona a Líbia, uma outra prepara-se para entrar.
O Crescente Vermelho e outros grupos humanitários estão a enviar colunas de viaturas com abastecimentos e instalaram acampamentos para os deslocados. Redes informais irromperam, com Líbios que estavam no estrangeiro regressando a casa, enviando dinheiro, medicamentos, aquilo que podem para ajudar os seus co-cidadãos.
Sayeed Awad integra a União dos Médicos Árabes, e encontra-se no lado egípcio da fronteira, fazendo o apelo para que tragam medicamentos, leite para as crianças, sublinhando que tem material para anestesia.
Apesar de todos os problemas porque as pessoas passaram, as historias daquelas que partem são da generosidade por parte dos Líbia que deixaram para trás.
Simni Mohammad é um pastor nas proximidades de Saloum, encontrando-se do lado errado da fronteira quando a violência começou.
Mohammad, sentado na caixa aberta de uma camioneta, recorda a ajuda que lhe prestaram os líbios ao longo da caminhada, salientando que os refugiados receberam ajuda e apoio, e que recusaram receber dinheiro pela ajuda prestada.