Na África Oriental tem havido um histórico desequilíbrio entre o número de homens e mulheres que atingem e exercem profissionalmente ao nível da educação pós-secundária. O número mulheres acaba por ser relativamente baixo.
Cathy Majtenyi da VOA em Nairobi diz que esforços estão sendo feitos para aumentar a presença feminina em todos os níveis do ensino universitário.
Marta Muhwezi lembra uma recente cerimónia de graduação em que participou num centro de ciências e tecnologias do Uganda.
“Apenas 17 por cento dos graduados eram mulheres. E lembro-me que era uma das questões, e nas quais o ministro enquanto convidado de honra deu ênfase, sobre que estratégias devem ser aplicadas para assegurar um maior de número de mulheres graduadas.”
Martha Muhwezi que é coordenadora do Fórum Ugandês para Mulheres Educadoras Africanas, diz que no Uganda e em toda a África Oriental no campo das ciências os homens têm sido a maioria. Ela adianta que o governo ugandês procura agora inverter esta tendência.
“No passado recente, houve uma série de campanhas, e de ênfase, incluindo do governo para a favor das ciências ao nível das escolas secundária de forma que as meninas não tenham opções de desvio ou que optem pelas humanidades.”
Também no Quénia calcula-se que 12 por cento dos estudantes que optaram pela Matemática e ciências aplicadas em 2007 eram mulheres. Mas actualmente numa universidade queniana, 100 por cento dos estudantes de ciências e tecnologias são mulheres.
A vice-presidente adjunta da Universidade Feminina de Kiriri de Ciências e Tecnologias, Wanjiru Wanyoike evoca as razões da sua instituição ser a única na região que preferência as mulheres.
“Quando elas estão apenas entre elas, por exemplo aqui em Kiriri em que temos a associação dos estudantes, há mulher na presidência, no secretariado, na vice-presidência… portanto vê-se que elas estão igualmente a ter uma liderança feminina. Nas grandes universidades essas lideranças na sua maioria são posições ocupadas por rapazes.”
Mulheres assegurando posições de liderança ao nível das administrações universitárias é vital para assegurar as referências que as mais jovens precisam. Quem o diz é Pamela Apiyo, coordenadora nacional do Fórum Queniano de Mulheres Educadoras, que adianta por outro lado que actualmente nas grandes universidades do Quénia existem mulheres exercendo funções de vice-presidente.
“Por exemplo, na Universidade de Tecnologias Jomo Kenyatta temos a professora Mabel Imbuga. Na Universidade Nazarena temos a professora Leah Marangu. Na Universidade Kenyatta temos a professora Olive Mugenda e temos a professora Brown na USIU. Estamos a dizer que são estas intervenções que encorajam as meninas a quererem ir mais alto até conseguir posições de liderança.”
O número e níveis de mulheres estão também em crescendo ao nível de instituições de pesquisas através de iniciativas como o programa Mulher Africana no Desenvolvimento e Pesquisa Agrícolas conhecido por AWARD. Lançado em 2008 pelo Grupo de Consultas para a Pesquisa Agrícola Internacional, ele tem vindo a promover mulheres pesquisadoras e cientistas através de formações que lhe assegurem mais capacidades de liderança e visibilidade.
O programa AWARD recebe anualmente 3 mil pedidos de bolsa por um período de 2 anos, para 250 estudantes.