O movimento de protestos no Senegal organizou ontem uma marcha contra a recandidatura do presidente Abdoulaye, mas mais uma vez falhou em atrair a adesão popular que o pudesse garantir a expressão de um movimento de massa contra o ainda presidente.
Nick Loomis da VOA em Dakar reporta que a 10 dias das eleições, algumas pessoas afirmam ser demasiadamente tarde para forçar a desistência de Abdoluye Wade.
Apesar de proibição de protestos na baixa da cidade de Dakar, um pequeno grupo de manifestantes concentrou-se na Praça da Independência para se opor a recandidatura do presidente Abdoulaye Wade.
Faye um estudante que fez questão em apenas revelar o seu apelido, estava entre centenas dos que conseguiram furar a barreira policial.
Faye diz que não houve o número suficiente de pessoas por causa da oposição da polícia que andou a dispersar os manifestantes. Mas adianta que foi com a mesma determinação que se juntaram e que atingiram o objectivo, que ficava a 50 metros em frente.
Numa altura em só faltam 10 dias para as eleições, a candidatura do presidente Wade para um terceiro mandato, apesar do limite constitucional de dois mandatos, continua sendo matéria de contencioso. Contudo o objectivo de forçar a desistência do presidente cessante está a ser largamente abandonado pela oposição e pelos populares.
O analista político Abdou Lo diz que a maioria dos senegaleses concorda com os protestos, mas preferem não juntar-se ao movimento.
“Dizendo “Wade você não pode concorrer” é apenas uma perda de tempo porque ele já decidiu que vai. Os senegaleses não desejam responder aos apelos dos líderes políticos e a única oportunidade que têm o fazer são durante as eleições, o voto, no dia 26.”
Por seu lado o presidente Wade tem repetidas vezes dito que o numero reduzido dos manifestantes mostra que o povo ainda está do seu lado. Pensa-se que o público que aderiu aos protestos de ontem, fê-lo apenas na qualidade espectadores e outros para continuarem a vender os seus produtos a berma das estradas ou conversando enquanto vão tomando café.
Mesmo com uma adesão popular de pouco mais de mil pessoas, a chegada a Praça da Independência foi vista pela oposição como uma vitória. O candidato da oposição Ibrahima Fall dirigiu-se aos presentes, e as forças de segurança que cercavam o local.
Ibrahima Fall disse que por uma razão política, eles têm que ser a força da república. Adiantou que o governo tem a missão de cumprir a constituição.
Pouco depois a polícia sem prévio aviso, lançou gás lacrimogéneo para dispersar a multidão.
O analista político Abdou Lo disse que o protesto ainda que honorável, era tão reduzido que não podia durar por muito tempo.