Saurimo: Menor morre soterrada à procura de água

  • Almeida Sonhi

Saurimo: Menor morre soterrada à procura de água

Um ano após inauguração de um centro de captação, tratamento e distribuição de água para 160 mil pessoas, a promessa de água para todos não se concretizou

Há pouco mais de um ano o vice-presidente de Angola, inaugurou no Saurimo um centro de captação, tratamento e distribuição de água para 160 mil pessoas.

Mas a promessa de água para todos não se concretizou. Os chafarizes não funcionam; nesta altura do ano os camiões cisterna não conseguem chegar a muitas localidades; e, agora, morreu mais uma pessoa a procurar água num local perigoso.

As autoridades não conseguem resolver o problema e dizem que a culpa é das pessoas.

A falta da água potável na cidade de Saurimo já está a causar mortes de pessoas, uma menor de 13 anos de idade, que respondia pelo nome de Maria morreu soterrada quando tentava retirar água duma ravina a beira do rio Calussanze no bairro Txizainga .

A população diz estar encostada entre as paredes porque as autoridades administrativas dizem bem feito pela vossa teimosia e até é convidada a tapar ravinas com sacos cheios de área ou abandonar as zonas de risco para os lugares nunca indicados pela administração Municipal

A pouco mais de um ano, o Vice Presidente da República Fernando Dias dos Santos, inaugurou uma central de captação, tratamento e distribuição de água para mais de 160 mil habitantes. Mas os chafarizes não funcionaram e a procura da água para beber em Saurimo é cada vez maior. A solução para a população vem sendo, como sempre, a compra da água a partir das cisternas ou o aproveitar a água para todos, que é a da chuva.

Mas o pior chegou, com a intensificação das chuvas também o surgimento e a progressão agressiva das ravinas em todos os bairros circundantes impedindo a circulação das cisternas para levarem a água aqueles que poderiam comprá-la a três a quatro dólares uma vasilha de 200 litros.

A Protecção Civil e Bombeiros conhecem o problema, e pensa que as populações são teimosas em construir em zonas de risco, por isso a culpa é mesmo delas.

O Administrador Municipal diz que não tem dinheiro suficiente para intervir em obras daquela magnitude mas a população é mesmo teimosa deveria direccionar bem as águas na altura das construções. Tal como há mais de trinta anos, deixou a promessa.

Lembro que em 2009, seis pessoas todas menores de idade perderam a vida no riacho Kumukundhu, no bairro Nova Esperança, vítimas de deslize de terra. Ficaram promessas emotivas e a ânsia de falar para o Angola virtual, de se encontrar alternativas para a população buscar a água até hoje. Kumukundhu é a fonte da água para milhares de populares daquele bairro com todos riscos iminentes.