Moçambique: Desmobilizados voltam às manifestações

  • Faizal Ibramugy

Hermínio dos Santos, líder dos ex-combatentes desmobilizados em Moçambique

O desejo dos desmobilizados é ter uma pensão de aproximadamente 450 dólares americanos.

O líder do Fórum Moçambicano dos Desmobilizados de Guerra, Hermínio dos Santos, anunciou que a sua organização retoma a 14 de Fevereiro as manifestações pacíficas, por tempo indeterminado, para exigir ao governo a igualdade de direitos entre os antigos combatentes e os desmobilizados de guerra.

Segundo dos Santos, o Estatuto do Combatente promulgado pelo chefe do Estado moçambicano, no ano passado, cria assimetrias entre os desmobilizados e os antigos combatentes.

De acordo com a fonte, no artigo 9 do referido Estatuto, diz-se que os antigos combatentes têm direitos de inserção social e estranhamente o artigo 10 do mesmo documento, refere que o desmobilizado de guerra tem apenas direitos de bónus de participação, promovendo assim discriminação entre os veteranos de guerra.

Acrescentou Hermínio dos Santos, que o desejo dos desmobilizados não é ter bónus de participação, mas sim uma pensão de aproximadamente 450 dólares americanos.

Hermínio dos Santos disse à VOA que para evitar cenários ocorridos nas manifestações dos dias 25 e 26 de Outubro passado, a sua organização já emitiu um comunicada anunciando a realização das manifestações, tendo inclusivamente distribuído para a Presidência da República, Ministérios de Interior, dos Combatentes, Município de Maputo, representações diplomáticas acreditadas em Moçambique, entre outras instituições para tomarem conhecimento.

Mais uma vez, o encontro dos desmobilizados de guerra, será no jardim em frente do gabinete de trabalho do primeiro-ministro moçambicano, Aires Bonifácio Ali.

Recorde-se que ano passado, o grupo dos desmobilizados de guerra pediu uma audiência com o chefe de Estado moçambicano, encontro que nunca mais acontece, uma vez que, Armando Guebuza não manifestou vontade de os receber.