O enclave viveu um fim-de-semana de tensão entre a polícia nacional e o sindicato dos trabalhadores da saúde.
Cabinda parecia estar em estado de sítio. Pela manhã de sábado, o governo da província mobilizou para o centro da cidade um enorme dispositivo policial para impedir os trabalhadores da saúde de acederem o hospital central de Cabinda, local de concentração dos grevistas.
Os sindicatos sediados em Cabinda condenaram segunda-feira, o governo da província e a polícia nacional pelo uso desproporcional de força, para reprimir os trabalhadores da saúde que se mobilizavam para se concentrarem no hospital central de Cabinda.
Em comunicado, "deploram a detenção de sindicalistas e as intimidações a que os trabalhadores estão a ser vítimas".
"Os sindicatos solidarizam-se com a greve dos trabalhadores da saúde e pedem ao executivo local a encontrar vias de diálogo para a reabertura ao público de todos os hospitais da província", adianta-se
"Face ao triste quadro registado pela atitude menos digna, os sindicatos, movidos pelo elevado espírito de sentimento de solidariedade, manifestam a sua total insatisfação sobre os espancamentos de trabalhadores da saúde e condenam o comportamento do governo provincial, tais como a ausência de dialogo, detenção de dirigentes sindicais, espancamentos de trabalhadores grevistas pela policia nacional e o uso de elevado dispositivo militar para a intimidação dos trabalhadores indefesos", diz-se no documento.
Perante este quadro e no intuito de salvaguardar o interesse dos trabalhadores, disse Ambrósio de Almeida do Sindicato Independente dos Trabalhadores da Indústria Petrolífera e Empresas de Prestação de Serviços, "os sindicatos solicitam ao executivo da província a buscar consensos que permitam o levantamento da greve e a retomada urgente das negociações".
No mesmo sentido, a UNITA em Cabinda "condena os acontecimentos do passado dia 4 de Fevereiro em que trabalhadores da saúde foram espancados por forças policiais e acusa o governo de violar a constituição e os direitos humanos."
Falando em conferência de imprensa aos órgãos locais o secretário Provincial da UNITA José De Gringo Júnior censurou as autoridades locais pelo uso de aparato desde o hospital central de Cabinda e as principais ruas a polícia de intervenção rápida e as forças de segurança de estado para reprimir os grevistas indefesos.
No dia 4 de Fevereiro de 2012, " UNITA ficou surpreendida pela manhã, quando o centro da cidade de Cabinda, estava mergulhado com um aparato policial constituído pela polícia antimotim, polícia canina, policia motorizada, de trânsito, operativa e pelas forças de segurança do estado (Sinse), cercando e, pensávamos", refere o movimento de Galo Negro, "que o aparato era destinado para os pacatos trabalhadores que discutem os seus direitos consagrados na constituição e nas demais leis vigentes em Angola".
A UNITA diz na sua nota de imprensa que os "bárbaros actos do passado fim-de-semana, demonstram mais uma vez que o governo não tem sentido de estado e de governação para o povo de cabinda e não pensa melhorar as condições dos cidadãos."
O sindicato da saúde refere ainda a UNITA, "respeitou a lei da greve e apela ao governo local, na pessoa do seu governador a respeitar a constituição e a lei da greve e permitir o diálogo, evitar o uso da força policial e a segurança do estado para oprimirem os trabalhadores."