3 Fev 2011 - Moçambique parou quinta-feira, para celebrar o dia dos heróis nacionais. O 3 de Fevereiro coincide com a morte do fundador da Frelimo, considerado arquitecto da unidade nacional, Eduardo Chivambo Mondlane, vítima de bomba, na Tanzânia de onde dirigia a luta armada contra o colonialismo português.
Entretanto, a data foi aproveitada para fazer o lançamento do ano Samora Machel decretado esta semana pelo Conselho de Ministros.
O primeiro presidente de Moçambique morreu há 25 anos num acidente de aviação nas colinas de Mbuzine, África do Sul, junto à fronteira com Moçambique e Suazilândia. As verdadeiras causas da queda do avião presidencial são ainda desconhecidas, havendo suspeitas e acusações de que o acidente foi provocado pelo então regime do apartheid.
O presidente Armando Guebuza, terceiro Chefe de Estado desde a independência nacional, fez o lançamento do ano Samora Machel na cidade de Xai-Xai, província de Gaza, por sinal terra natal de Samora.
Armando Guebuza disse que “Samora Machel tornou-se líder através do seu empenho na causa do povo. Durante o ano dedicado ao nosso primeiro Presidente vamos multiplicar eventos nacionais em torno da vida e obra de Samora Machel.”
Guebuza inaugurou um monumento com estátua de bronze de Samora Machel. Mas a estátua é considerada muito pequena. Houve uma falha técnica dos artistas que conceberam a obra.
O filho de Samora Machel, Samito, descreveu o seu pai como um grande defensor do bem-estar do povo. Samora Machel Júnior disse que o seu pai era um educador rigoroso.
"Samora era um pai que se preocupava com a educação, saúde, brincadeiras e amizades dos seus filhos. Impunha disciplina e sempre dizia que os seus filhos deviam comportar-se como pessoas comuns e não como filhas e filhos de Chefe do Estado” - recordou Samito Júnior, filho de Samora Machel que nasceu com Josina durante a luta armada de libertação
A viúva de Samora, Graça Machel, esteve ausente na cerimónia de Xai-Xai. Ela é agora esposa de Nelson Mandela, antigo presidente sul-africano, que está a recuperar de uma enfermidade respiratória. A oposição política participou na cerimónia do lançamento do ano Samora Machel, mas a Renamo repudiou a cerimónia e não compareceu. O discurso da oposição foi feito por Yacub Sibindy, cujo partido não está representado no parlamento moçambicano.