Na Huíla, a polícia deteve no município dos Gambos, no sul daquela província angolana, dez criadores tradicionais de gado que estão a ser acusados por um fazendeiro local, de terem deitado abaixo um cerco colocado numa rota de transumânsia.
Segundo a Associação Construindo Comunidades, ACC, que faz a denúncia, os cidadãos em causa estão presos desde o último fim-de-semana, sendo que seis foram detidos na sexta-feira e os outros quatro, sábado e devem ser em breve presentes ao ministério público.
Falando à "Voz da América" o padre Jacinto Pio Wakussanga, presidente da ACC, condenou a acção da polícia e acusou o fazendeiro, de nome António Bicho, de estar a contrariar as autoridades agrárias da região que haviam orientado “ a abertura da referida rota de transumânsia do gado”.
O padre Jacinto Pio Wakussanga disse também que a organização que dirige assegurou os serviços jurídicos da advogada Ana Celeste que veio de Luanda de propósito para tratar do assunto.
A "Voz da América" apurou também que vários familiares dos detidos se encontram neste momento no Lubango, revoltados com a situação, aguardando por um desfecho feliz do caso.
O caso está ser visto como uma situação que pode reabrir conflitos de interesses entre criadores tradicionais e fazendeiros que na região dos Gambos disputam a posse de espaços de terras para o pasto.
A polícia ainda não fez para já qualquer pronunciamento sobre o litígio.
Criadores tradicionais e fazendeiros da região dos Gambos disputam a posse de terras para o pasto.