A carência de medicamentos nos hospitais locais faz com que os populares embarquem em canoas que, muitas vezes, naufragam no rio.
O município angolano de Calai fica situado na fronteira com a Namíbia e o rio Kubango separa os dois países.
A falta de bens essenciais tem obrigado as populações a atravessarem o rio para encontrarem meios de sobrevivência na Namíbia.
A carência de medicamentos nos hospitais locais do Kuando Kubango é uma das principais causas que leva os populares a embarcarem em canoas que, muitas vezes, naufragam no rio e as pessoas acabam por ser devoradas pelos jacarés.
As autoridades locais reconhecem a falta de medicamento em hospitais, mas alegam que o problema é da competência do governo provincial e central.
A mesma realidade de Calay é também vivida por populares do município fronteiriço do Cuangar onde 70% da população não tem registo de nascimento o que tem dificultado o ingresso de muitas crianças no sistema de ensino escolar.
Populares alegam que durante a travessia muitas das vezes canoas colidem com hipopótamos e acabam por naufragar e os seus ocupantes são devorados pelos hipopótamos.
A VOA tentou sem sucesso ouvir as autoridades de Cuangar. Em visita recente aquela região, o presidente da UNITA, Isaías Samakuva, disse ter recebido informações de que elefantes têm destruído as culturas e atacadas pessoas.
Na ocasião, Samakuva afirmou que o Kuando Kubango continua a ser a “terra do fim do mundo”, tendo questionado o destino dado aos dinheiros que se aprovam no Orçamento Geral do Estado.
“ Encontramos muitas crianças que não estão a estudar. Algumas têm também que atravessar o rio para irem estudar naquele lado, porque deste lado só mesmo o registo é muito dinheiro, para além de que o professor como não tem condições aqui, fica um ou dois dias e regressa a Menongue, mas chega ao fim do ano lectivo o aluno transita de classe mesmo que não estudou.”
Samakuva fala da má governação em Angola e defende a necessidade da realização urgente das autarquias locais. “É por isso que nós da UNITA, estamos a pedir e queremos exigir que afinal é necessário implantar o sistema das autarquias locais” afirmou o político alegando que “ é que se houver autarquias o desenvolvimento de Cuangar não vai depender de quem se encontra sentado em Luanda e que não vem aqui e não sabe o que se passa aqui”.
Hoje, no segundo dia das jornadas parlamentares da UNITA, que decorre no Kuando Kubango, Samakuva decidiu visitar o município do Kutchi, oeste da cidade de Menongue.
“ Trinta e oito anos da independência nacional, a vida mudou para pior, o que nós esperávamos é ter o nosso país a funcionar de outra forma, a andar de outra forma, termos escolas em condições, termos clinicas, postos de socorro e hospitais em condições, termos energia e estradas em condições”
A falta de bens essenciais tem obrigado as populações a atravessarem o rio para encontrarem meios de sobrevivência na Namíbia.
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As autoridades locais reconhecem a falta de medicamento em hospitais, mas alegam que o problema é da competência do governo provincial e central.
A mesma realidade de Calay é também vivida por populares do município fronteiriço do Cuangar onde 70% da população não tem registo de nascimento o que tem dificultado o ingresso de muitas crianças no sistema de ensino escolar.
Populares alegam que durante a travessia muitas das vezes canoas colidem com hipopótamos e acabam por naufragar e os seus ocupantes são devorados pelos hipopótamos.
A VOA tentou sem sucesso ouvir as autoridades de Cuangar. Em visita recente aquela região, o presidente da UNITA, Isaías Samakuva, disse ter recebido informações de que elefantes têm destruído as culturas e atacadas pessoas.
Na ocasião, Samakuva afirmou que o Kuando Kubango continua a ser a “terra do fim do mundo”, tendo questionado o destino dado aos dinheiros que se aprovam no Orçamento Geral do Estado.
“ Encontramos muitas crianças que não estão a estudar. Algumas têm também que atravessar o rio para irem estudar naquele lado, porque deste lado só mesmo o registo é muito dinheiro, para além de que o professor como não tem condições aqui, fica um ou dois dias e regressa a Menongue, mas chega ao fim do ano lectivo o aluno transita de classe mesmo que não estudou.”
Samakuva fala da má governação em Angola e defende a necessidade da realização urgente das autarquias locais. “É por isso que nós da UNITA, estamos a pedir e queremos exigir que afinal é necessário implantar o sistema das autarquias locais” afirmou o político alegando que “ é que se houver autarquias o desenvolvimento de Cuangar não vai depender de quem se encontra sentado em Luanda e que não vem aqui e não sabe o que se passa aqui”.
Hoje, no segundo dia das jornadas parlamentares da UNITA, que decorre no Kuando Kubango, Samakuva decidiu visitar o município do Kutchi, oeste da cidade de Menongue.
“ Trinta e oito anos da independência nacional, a vida mudou para pior, o que nós esperávamos é ter o nosso país a funcionar de outra forma, a andar de outra forma, termos escolas em condições, termos clinicas, postos de socorro e hospitais em condições, termos energia e estradas em condições”