A notícia de que os governadores da Huíla, Cunene e Namibe estão envolvidos na pecuária com negócios de gado envolvendo milhares de dólares está a causar algum celeuma em Angola.
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Alguns afirmam que, mesmo que não haja violação da lei, há sempre receios de que os governadores não ajam com imparcialidade em questões envolvendo esses negócios.
Outros dizem que nada de ilegal está a ser feito e que tudo está a ser feito à luz do dia, sem qualquer ilegalidade.
O jurista Nelson Viriato disse que há “princípios da probidade pública” e que “apesar de agirem a título individual, há situações de interesse público que estão em jogo”.
"Eles devem ser imparciais (...) neste caso particular, os agentes públicos ferem o princípio da imparcialidade", acrescentou.
Um dos governadores envolvido no negocio de gado, Kundi Pahiama, da Huíla, defendeu publicamente, na semana passada, que o governo central deveria reintroduzir subsídios de combustível para os criadores de gado e agricultores.
O presidente da Federação das Cooperativas Agro-pecuárias, Manuel Monteiro, prefere destacar a importância de complexos que geram emprego e não pretende julgar ninguém.
"Penso que não há tabu (...) as fazendas não são ocultas, são áreas muito extensas.O Estado angolano tem leis, penso que eles não estão impedidos de manifestar o que têm sido as suas actividades,", disse Monteiro.
Para o director provincial da agricultura, Eng. Francisco de Assis,, as fazendas são públicas, com proprietários identificados, e a situação dos governadores não é diferente de dirigentes noutras partes do mundo.
"Dos presidentes americanos, talvez só o Obama não tenha um rancho. Na Austrália, muitos ex-membros do governo possuem acima de cem mil hectares," disse.