A Amnistia Internacional/USA pediu ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos para investigar o ex vice-presidente, Dick Cheney, por crimes de guerra.
A Amnistia entende que, como vice-presidente da administração de George W. Bush, Cheney violou leis americanas e internacionais sobre a tortura e deve, por isso, ir a contas com a justiça.
Num livro de memórias publicado esta semana, Dick Cheney defende a sua actuação enquanto número dois do governo americano, incluindo o seu papel na autorização de técnicas de interrogatório que podem ser consideradas tortura.
A Amnistia diz que o livro é em si um elemento de prova contra Cheney. No livro, este descreve essas técnicas como legais e necessárias para obrigar terroristas a falar sobre o que sabiam acerca de ameaças contra a segurança dos estados Unidos.
Numa entrevista à cadeia de televisão NBC, Cheney disse que apenas “dois ou três” dos principais membros da al-Qaeda capturados pelos estados Unidos foram sujeitos a técnicas mais duras de interrogatório como o afogamento simulado – em que o interrogado, amarrado, é colocado de cabeça para baixo, dentro de água.
Um deles foi Khalid Sheik Mohammad, um dos principais líderes da al-Qaeda e responsável pelos atentados de 11 de Setembro, há 10 anos, em que morreram 3,000 pessoas.
A Amnistia Internacional diz que, após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos processaram judicialmente soldados japoneses que torturaram civis com o afogamento simulado. Mas os defensores de Cheney dizem que há uma diferença óbvia entre civis indefesos e terroristas.
O Departamento de Justiça não reagiu à exigência da Amnistia.