O químico brasileiro Cláudio Costa Neto, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, empenhou-se inicialmente na busca de um novo fármaco para o tratamento da tuberculose. Logo, porém, o trabalho dele, e de seus colaboradores, ganhou nova dimensão quando percebeu que o problema tinha uma complexidade maior do que pensava.
O facto é que ao lado da tuberculose chamada oportunista, que ocorre nos países desenvolvidos, existe a tuberculose da miséria, encontrada nos países em desenvolvimento, e que requer uma abordagem mais ampla.
O seu grupo de colaboradores desenvolveu então uma estratégia capaz de servir de modelo para os governos. O trabalho de campo foi desenvolvido na região de Vila Rosário, no Rio de Janeiro, numa das regiões de maior incidência da doença. Quando as questões sociais associadas à doença se tornaram relevantes, foi reconhecida A Cadeia da Miséria – considerada a causa mais relevante dos elevados números da tuberculose.
A Cadeia da Miséria tem, segundo o químico cinco elos: doença, fome, renda, educação e cultura. Elos que se entrecruzam e que se influenciam entre si.
O Dr. Costa Neto descreveu a doutrina e a actuação do seu grupo num livro intitulado Tuberculose e Miséria, e publicado recentemente. O Dr. Costa Neto concedeu uma entrevista sobre o seu trabalho à Voz da América. Ouça a entrevista conduzida pelo Renato Bittencourt.