A província do Uíge está dividida em 16 municípios e 31 comunas. Em entrevista à Voz da América, o activista Rey Daddyx Manda Chuva falou sobre a situação da saúde, da educação e da infra-estrutura nas comunas de Icoca, Cuango e Alto-Zaza.
O activista disse que as três comunas têm problemas sérios na área da saúde. Segundo ele, a falta de hospitais públicos nas três comunas tem sido a principal causa de mortalidade materna e infantil.
Manda Chuva também relatou o problema da falta de água potável. Há pessoas que bebem água do rio e depois ficam doentes. Logo depois não têm como receber tratamento porque não existem postos médicos nas três comunas.
Se as doenças forem graves esses angolanos precisam cruzar a fronteira para buscar tratamento na República Democrática do Congo.
O activista explicou que mesmo quando há postos médicos, existem apenas as estruturas. “Não funcionam. Segundo os responsáveis, não há técnicos, não há medicamentos nem, sobretudo, material gastável. Falta tudo.”
Estradas
“Quando se fala das três comunas do Quimbele, não existem estradas,” disse Manda Chuva. Ele contou que havia algumas picadas, mas que não tinha sido feita nenhuma terraplanagem por ali. Lembrou ainda de como todo o país sofre com as chuvas, e como depois que elas terminam as ruas ficam ainda mais esburacadas, e podem tornar-se incirculáveis com o aparecimento das ravinas.
“As estruturas que o Governo tenta improvisar não funcionam e [o Governo] não consegue resolver os problemas das populações que lá vivem”.
Ravinas
Em Quimbele há três ravinas, e segundo o activista não há vias de acesso asfaltadas e nem como circular entre as três comunas do município (Alto-Zaza, Cuango e Icoca).
A primeira Ravina já existe há 20 anos e hoje ameaça uma vila. A segunda já destruiu duas salas de aula da Escola do Kindondo. A terceira ameaçava o hospital, que nunca chegou a ser inaugurado, mas ela foi recentemente estancada.
Educação
Um grave problema que o município enfrenta é não ter uma forma de avaliar quantas crianças não têm acesso à educação. Em Quimbele faltam salas de aulas, professores e vias de acesso para circulação de pessoas e bens.
Manda Chuva disse que em algumas zonas encontram-se um ou dois professores a leccionar em baixo de árvores. Em outras há salas de aulas, mas não há professores. “Ninguém aceita trabalhar em locais de difícil acesso”.
O activista fez um novo apelo ao Governo para que crie políticas de execução, capazes de trazer melhorias para as todas as populações. “Porque viver nas três comunas é tipo viver numa selva. A criança que nasce entre as três comunas do Quimbele é uma criança sem futuro, porque não existem condições para se viver. Pedimos que o Governo faça alguma coisa".
Confira a entrevista.
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