A organização humanitária Save the Children alertou para os riscos de exploração, abuso e doença a que estão sujeitas as crianças nas grandes zonas urbanas da África.
A organização humanitária Save the Children alertou para os riscos de exploração, abuso e doença a que estão sujeitas as crianças nas grandes zonas urbanas da África.
O relatório, intitulado Vozes da África Urbana: Impacto do Crescimento Urbano nas Crianças, estima que 200 milhões de crianças vivem nas zonas urbanas do Continente e que esse número está a aumentar.
Afirma-se no documento que “as políticas sociais e de desenvolvimento ignoram a realidade” do aumento das crianças a viver nos musseques e isso tem “um impacto devastador” nas suas vidas. Muitos governos, alerta o texto, ignoram os verdadeiros números de crianças nessa situação.
As cidades da região subsariana têm os mais altos índices de pobreza urbana do mundo e Carol Miller, uma responsável para África da Save the Children, diz que este estudo inclui entrevistas com mais de mil crianças na Etiópia, Mali, Malawi, África do Sul e Zâmbia.
“Quisemos dar voz às crianças” disse Miller, cujo relatório adverte que metade da população mundial vive em cidades e que em 2050 essa percentagem aumentará para 65%. Em África, dentro de 20 anos, haverá mil milhões de pessoas a viver nas cidades.
"África tem o maior crescimento da população jovem do Mundo, no grupo etário entre os 15 e os 24 anos. E esse crescimento fez-nos parar para pensar: O que estamos a fazer? O que devíamos estar a fazer para termos um impacto positivo na vida das crianças?", diz Miller
De acordo com Carol Miller é preciso adoptar quatro tipos de medidas para defender as crianças nas zonas urbanas: saúde e nutrição; meios de subsistência; educação; e protecção à criança. Esta foi a direcção apontada por organizações africanas.
"Quando falamos com organizações não-governamentais em África, ouvimos o problema das crianças desacompanhadas, das crianças de rua", disse Carol Miller prosseguindo: "Ouvimos falar de terminais de autocarros em Adis Abeba, onde há pessoas à procura de crianças sózinhas para abusarem delas. Ou a família no Malawi onde há quatro crianças que não vão à escola, sozinhas que vivem na rua a pedir e que, de vez em quando recém algum dinheiro de um tio."
A urgência da protecção das crianças nas cidades, deve-se à total ausência de estruturas de apoio. Nas zonas rurais, explica Miller, há geralmente uma avó, uma tia ou um tio que pode ajudar. Ou as pessoas na comunidade conhecem aquelas crianças. Mas quando vão para as cidades as crianças ficam sós.
Sós e pobres. O relatório diz que muitas crianças não vão à escola porque não têm dinheiro, ou estão doentes, sofrem de deficiências, abusos, ou discriminação. Em geral, também não têm acesso a água potável, ou aos cuidados de saúde. No caso das jovens que iniciam a vida sexual muito cedo, o problema agrava-se.
Miller diz que "quando jovens e adolescentes se mudam para zonas urbanas e precisam de acesso à saúde reprodutiva e esse acesso é negado… Quando as clínicas recusam planeamento familiar a essas jovens… Que opções é que lhe restam?"
A organização Save the Children pede medidas como sistemas integrados de protecção das crianças, campanhas de higiene, formação de assistentes sociais, assistência para deficientes, e campanhas de apoio ao desenvolvimento individual nos primeiros anos de vida das crianças.
O relatório, intitulado Vozes da África Urbana: Impacto do Crescimento Urbano nas Crianças, estima que 200 milhões de crianças vivem nas zonas urbanas do Continente e que esse número está a aumentar.
Afirma-se no documento que “as políticas sociais e de desenvolvimento ignoram a realidade” do aumento das crianças a viver nos musseques e isso tem “um impacto devastador” nas suas vidas. Muitos governos, alerta o texto, ignoram os verdadeiros números de crianças nessa situação.
As cidades da região subsariana têm os mais altos índices de pobreza urbana do mundo e Carol Miller, uma responsável para África da Save the Children, diz que este estudo inclui entrevistas com mais de mil crianças na Etiópia, Mali, Malawi, África do Sul e Zâmbia.
“Quisemos dar voz às crianças” disse Miller, cujo relatório adverte que metade da população mundial vive em cidades e que em 2050 essa percentagem aumentará para 65%. Em África, dentro de 20 anos, haverá mil milhões de pessoas a viver nas cidades.
"África tem o maior crescimento da população jovem do Mundo, no grupo etário entre os 15 e os 24 anos. E esse crescimento fez-nos parar para pensar: O que estamos a fazer? O que devíamos estar a fazer para termos um impacto positivo na vida das crianças?", diz Miller
De acordo com Carol Miller é preciso adoptar quatro tipos de medidas para defender as crianças nas zonas urbanas: saúde e nutrição; meios de subsistência; educação; e protecção à criança. Esta foi a direcção apontada por organizações africanas.
"Quando falamos com organizações não-governamentais em África, ouvimos o problema das crianças desacompanhadas, das crianças de rua", disse Carol Miller prosseguindo: "Ouvimos falar de terminais de autocarros em Adis Abeba, onde há pessoas à procura de crianças sózinhas para abusarem delas. Ou a família no Malawi onde há quatro crianças que não vão à escola, sozinhas que vivem na rua a pedir e que, de vez em quando recém algum dinheiro de um tio."
A urgência da protecção das crianças nas cidades, deve-se à total ausência de estruturas de apoio. Nas zonas rurais, explica Miller, há geralmente uma avó, uma tia ou um tio que pode ajudar. Ou as pessoas na comunidade conhecem aquelas crianças. Mas quando vão para as cidades as crianças ficam sós.
Sós e pobres. O relatório diz que muitas crianças não vão à escola porque não têm dinheiro, ou estão doentes, sofrem de deficiências, abusos, ou discriminação. Em geral, também não têm acesso a água potável, ou aos cuidados de saúde. No caso das jovens que iniciam a vida sexual muito cedo, o problema agrava-se.
Miller diz que "quando jovens e adolescentes se mudam para zonas urbanas e precisam de acesso à saúde reprodutiva e esse acesso é negado… Quando as clínicas recusam planeamento familiar a essas jovens… Que opções é que lhe restam?"
A organização Save the Children pede medidas como sistemas integrados de protecção das crianças, campanhas de higiene, formação de assistentes sociais, assistência para deficientes, e campanhas de apoio ao desenvolvimento individual nos primeiros anos de vida das crianças.