A administração Obama está a tentar esmagar terroristas que actuam em países seus aliados, mas sem dar a impressão de que está a exercer influência indevida sobre esses países.
WASHINGTON —
Os Estados Unidos decidiram expandir a sua presença militar em África para combater a crescente influência da al-Qaeda na região do Magreb. Suspeita-se, mas não há confirmação, que isso seja em parte resultado do ataque do mês passado contra o consulado americano em Benghazi.
A preocupação americana cresce à medida que aumentam a quantidade de território do Mali nas mãos dos extremistas islâmicos e quantidade e diversidade dos ataques terroristas na região, da Líbia à Nigéria.
O ataque contra o consulado dos Estados Unidos em Benghazi, na Líbia, em que morreram o embaixador americano Christopher Stevens e outros três americanos, foi confirmado, recentemente, pelo secretário americano da Defesa, Leon Panetta, como um acto terrorista.
“A razão porque penso muito claramente tratar-se de um ataque terrorista é porque foi um ataque conduzido obviamente por terroristas – contra o nosso consulado e as nossas pessoas. Que terroristas estavam envolvidos é o que vai ser determinado por uma investigação”, disse Panetta.
A seguir ao ataque em Benghazi, os Estados Unidos enviaram equipas de resposta rápida dos Marines para as suas embaixadas na Líbia e no Iémen.
Antes do ataque, o Pentágono já estava a alargar a sua presença no Norte de África, enviando para a região pequenas equipas de forças especiais para ajudar a treinar os militares de países africanos que tentam melhorar a capacidade de resposta a grupos terroristas.
Responsáveis oficiais americanos não confirmam que tenham sido enviadas equipas de comandos para proteger diversas embaixadas americanas devido a ameaças específicas contra os seus diplomatas.
Mas em todo o caso estas iniciativas sublinham a preocupação americana com a capacidade de crescimento da al-Qaeda que, pressionada noutras regiões, expandiu a sua presença em África.
O Comando Militar dos EUA para África, criado durante a administração do presidente George W. Bush, está encarregado de fazer o reconhecimento e vigilância de grupos terroristas e de conduzir missões de treino – nomeadamente no Mali.
Mas o Pentágono diz que os EUA não tencionam abrir bases militares em África nem, especificamente, na África Ocidental, como disse o porta-voz do Pentágono, George Little.
“Não há planos – nesta fase – para operações unilaterais dos EUA no Mali ou na região. Como sempre seguimos muito atentamente a situação na região e estamos prontos para ajudar os nosso parceiros na região e actores regionais como a CEDEAO, que possam requerer a nossa assistência”, afirma Little.
Little não quis dar publicamente pormenores sobre o tipo de assistência solicitada pelos países africanos, afirmando que os EUA avaliam as necessidades dos seus parceiros e, caso isso seja necessário e apropriado, cooperam com eles.
A ausência de pormenores sobre as actividades americanas alimenta especulação de críticos do governo americano, que desconfiam das intenções da administração Obama em África. Um deles é Ozzie Nelson, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, em Washington.
“Uma das principais características das forças de operações especiais – e alguns componentes da ajuda militar – é treinar e equipas forças locais ou indígenas… Portanto não queremos que estas actividades tenham uma cara americana. Os EUA têm um papel de treino e aconselhamento e os governos locais é que devem dar a cara", sublinha Nelson.
Os analistas dizem que a administração Obama está a tentar equilibrar os interesses americanos – esmagar as forças terroristas que actuam nos países seus aliados, mas sem dar a impressão de que estão a exercer influência indevida sobre esses países e os seus governos, influência essa que constituiria um factor de desestabilização.
A preocupação americana cresce à medida que aumentam a quantidade de território do Mali nas mãos dos extremistas islâmicos e quantidade e diversidade dos ataques terroristas na região, da Líbia à Nigéria.
O ataque contra o consulado dos Estados Unidos em Benghazi, na Líbia, em que morreram o embaixador americano Christopher Stevens e outros três americanos, foi confirmado, recentemente, pelo secretário americano da Defesa, Leon Panetta, como um acto terrorista.
“A razão porque penso muito claramente tratar-se de um ataque terrorista é porque foi um ataque conduzido obviamente por terroristas – contra o nosso consulado e as nossas pessoas. Que terroristas estavam envolvidos é o que vai ser determinado por uma investigação”, disse Panetta.
A seguir ao ataque em Benghazi, os Estados Unidos enviaram equipas de resposta rápida dos Marines para as suas embaixadas na Líbia e no Iémen.
Antes do ataque, o Pentágono já estava a alargar a sua presença no Norte de África, enviando para a região pequenas equipas de forças especiais para ajudar a treinar os militares de países africanos que tentam melhorar a capacidade de resposta a grupos terroristas.
Responsáveis oficiais americanos não confirmam que tenham sido enviadas equipas de comandos para proteger diversas embaixadas americanas devido a ameaças específicas contra os seus diplomatas.
Mas em todo o caso estas iniciativas sublinham a preocupação americana com a capacidade de crescimento da al-Qaeda que, pressionada noutras regiões, expandiu a sua presença em África.
O Comando Militar dos EUA para África, criado durante a administração do presidente George W. Bush, está encarregado de fazer o reconhecimento e vigilância de grupos terroristas e de conduzir missões de treino – nomeadamente no Mali.
Mas o Pentágono diz que os EUA não tencionam abrir bases militares em África nem, especificamente, na África Ocidental, como disse o porta-voz do Pentágono, George Little.
“Não há planos – nesta fase – para operações unilaterais dos EUA no Mali ou na região. Como sempre seguimos muito atentamente a situação na região e estamos prontos para ajudar os nosso parceiros na região e actores regionais como a CEDEAO, que possam requerer a nossa assistência”, afirma Little.
Little não quis dar publicamente pormenores sobre o tipo de assistência solicitada pelos países africanos, afirmando que os EUA avaliam as necessidades dos seus parceiros e, caso isso seja necessário e apropriado, cooperam com eles.
A ausência de pormenores sobre as actividades americanas alimenta especulação de críticos do governo americano, que desconfiam das intenções da administração Obama em África. Um deles é Ozzie Nelson, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, em Washington.
“Uma das principais características das forças de operações especiais – e alguns componentes da ajuda militar – é treinar e equipas forças locais ou indígenas… Portanto não queremos que estas actividades tenham uma cara americana. Os EUA têm um papel de treino e aconselhamento e os governos locais é que devem dar a cara", sublinha Nelson.
Os analistas dizem que a administração Obama está a tentar equilibrar os interesses americanos – esmagar as forças terroristas que actuam nos países seus aliados, mas sem dar a impressão de que estão a exercer influência indevida sobre esses países e os seus governos, influência essa que constituiria um factor de desestabilização.