A justiça angolana continua a não mostrar qualquer interesse em resolver o caso da morte do militante da CASA-CE Hilbert Ganga, morto há sete anos por um membro da Guarda Presidencial.
Ganga foi morto depois de ter sido apreendido pela Guarda Presidencial quando colava cartazes sobre o assassinato dos também activistas Isaías Cassule e Alves Kamulingue, por elementos das forças de segurança.
Na altura, o tribunal absolveu o autor dos disparos, o que levou o advogado de Ganga a interpor um recurso que até hoje, sete anos depois, continua sem qualquer resposta.
O secretário executivo da CASA-CE, Rafael Aguiar, considero que a atitude do tribunal em ignorar o apelo é um mau sinal para o sistema judicial angolano.
“Volvidos sete anos continua por se fazer justiça", acentua.
Aguiar deplora, por outro lado, a falta de comprometimento do actual Presidente da República que desde que assumiu o poder tem prometido que a justiça teria um rumo diferente do que acontecia na era de seu antecessor mas a prática não reflecte as promessas.
"O Presidente João Lourenço criou expectativa e até certo ponto esperança quando disse que ninguém é tão forte que não fosse julgado e ninguém é tão fraco que não fosse batotado pela justiça, mas a prática está a desmentir categoricamente o Presidente e por isso vamos reiterar os apelos e pressão para que haja justiça a Hilbert Ganga", conclui.
Engenheiro de profissão e membro da CASA-CE, Ganga foi morto a 23 de novembro de 2013, ao ser atingido mortalmente pela bala do guarda presidencial, Desidério de Barros, quando efectuava a colagem de panfletos de uma manifestação em repúdio aos assassinatos de Cassule e Kamulingue.