Os 17 rostos da luta pela liberdade em Angola já tinham nome. Agora, têm um livro escrito por um deles: Luaty Beirão.
Luaty conta a sua história e a dos que com ele foram acusados de associação de malfeitores e tentativa de rebelião contra o presidente José Eduardo dos Santos.
O diário dos primeiros dias de prisão de Luaty Beirão foi lançado em Luanda, no passado 9 de Novembro, um ano depois de concluído, com o activista a admitir ser uma forma de testar os actuais "limites" à liberdade em Angola.
"Sou eu mais livre, então" é o "diário de um preso político angolano"´, que foi escrito enquanto foi vivido.
Luaty Beirão - Ikonoklasta para quem o conhecia pelo rap, muito antes de ter sido detido durante uma sessão de "exercício de cidadania" -, escrevia porque a caneta era a única forma de fugir da cela de dois metros por três, na prisão de Calomboloca.
O lançamento em Angola do livro "Sou eu mais livre, então”, no Hotel Globo, contou com a apresentação do jornalista Reginaldo Silva.
Escrever foi o meu escape...Luaty Beirão
Luaty escreve sobre as condições da sua detenção, as irregularidades do processo e o dia-a-dia na prisão, em que se incluem as reuniões com o director, o cuidado de alguns funcionários e a dificuldade em receber visitas.
"Escrever foi o meu escape", conta o activista, que realça quea ideia de que alguém, um dia, poder vir a querer ler o seu "desordenamento mental" estava tão distante como a liberdade.