O Sindicato Democrático dos Professores (SINDPROF) e o Sindicato Nacional dos Professores (SINDEP) de Cabo Verde entregaram na quarta-feira, 11, ao Governo um pré-aviso de greve para os dias 19 e 20 de Setembro, três dias depois do início do ano lectivo.
A greve surge depois de o Presidente da República ter vetado o Plano de Carreiras e Funções do Pessoal Docente (PCFR), tendo o Governo pedido a José Maria Neves que reavalie a sua decisão.
Na carta, os sindicatos dizem que "pretendem levar a cabo uma greve nacional dos Professores, nos dias 19 e 20 do corrente mês, em decorrência do não cumprimento e o incumprimento dos compromissos assumidos sobre a resolução dos pendentes (publicação e pagamento dos subsídios pela não redução da carga horária), a não disponibilidade de negociações para a revisão do Estatuto da Carreira do Pessoal Docente, depois do veto presidencial".
A paralisação, que afetará todo o sistema educativo, acontece três dias depois do início do ano letivo, a 16 de setembro.
Antes, os sindicatos tinham ameaçado bloquear o arranco do ano escolar.
Uma greve, também de dois dias, foi realizada em novembro de 2023, e em maio suspenderam uma segunda paralisação, após acordo com o Governo sobre algumas reivindicações.
O impasse regressou quando, no dia 5 de setembro, o Presidente da República vetou o diploma enviado pelo Executivo em julho.
José Maria Neves justificou a decisão com o facto de "questões fraturantes que têm suscitado grande onda de descontentamento e conflitualidade social com os sindicatos dos professores, objecto de sucessivas greves, não se encontram razoavelmente acomodadas no referido diploma".
Em reação, o Governo solicitou ao Chefe do Estado que reconsidere a sua decisão "sob pena de criar instabilidade na classe, num período que coincide com o arranque do ano lectivo" e que o veto é um “duro golpe” nanvalorização da classe.
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