Reacções partidárias
A oposição parlamentar angolana, fundamentalmente, criticou a mensagem de implementação com sucesso de políticas pelo Executivo, apresentada hoje por Eduardo dos Santos, sobretudo no que diz respeito aos indicadores de realização social, quando falta luz e água nos bairros de Luanda.
Quanto a aprovação das leis eleitorais com urgência, apelo deixado aos deputados pelo presidente, responde o deputado Gabriel Silvestre Samy “...aprovar sim”, mas questiona a qualidade das leis!
Sobre as eleições ainda muito se espera do encontro que Isaías Samakuva vai manter, amanhã, quarta-feira, com Eduardo dos Santos.
Observadores, em Luanda, adiantam que o presidente da República quer convencer a UNITA a ceder, relativamente ao modo de organização do processo eleitoral. Não se sabendo para já em que moldes tal cedência irá ter lugar, fica-se na expectativa da comunicação que o partido do “Galo Negro” efectuará logo depois do encontro.
Do Partido da Renovação Social (PRS) foi a ameaça deixada aos países ocidentais, que mais atenção chamou a António Sapalo. Aquele responsável diz não compreender o porquê das ameaças. Parte do princípio de que o país africano Angola não vive isolado do mundo, adiantando que, “foi graças aos apoios dos povos do mundo que Angola se libertou do colonialismo”!
Outra das preocupações levantadas tem a ver com o registo eleitoral que está a ser executado por entidades que não a CNE - Comissão Nacional Eleitoral – independente, conforme prescreve a Constituição. O MPLA tem relativizado o conceito de independência deste órgão! E não vê problema algum que as tarefas da CNE sejam partilhadas por organismos do Executivo.
Segundo os partidos na oposição, o controlo da logística e o mapeamento para a localização das Assembleias de Voto, neste momento nas mãos do Executivo, são cruciais para a lisura e transparência do processo eleitoral.
Por seu lado, O presidente e líder da bancada parlamentar da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Ngola Kabango, comentou que esta formação política ficou "defraudada" com o discurso proferido pelo Presidente angolano.
"A FNLA ficou defraudada porque esperava um discurso mais profundo, mais assumido e mais esclarecedor e o que ouviu foi mais um balanço da acção do seu executivo", disse Ngola Kabango, reagindo ao discurso sobre o estado da Nação do chefe de Estado angolano na cerimónia de abertura do novo ano legislativo.