A presidente do Brasil chega esta noite a Luanda para uma visita de Estado, numa digressão à África Austral com passagens pela África do Sul e Moçambique.
O continente africano é definido como uma das prioridades da política externa brasileira e os dirigentes políticos brasileiros desde o antigo presidente Lula da Silva não têm perdido de vista esse objectivo.
Politicamente, o Brasil precisa de África para assegurar a sua influência internacional quer seja no âmbito regional como ao nível das Nações Unidas onde pretende obter o estatuto de país membro do Conselho de Segurança.
Do ponto de vista económico as trocas comerciais com a África podem determinar uma nova orientação do desenvolvimento Sul-Sul. Brasilia deve tirar os proveitos de uma relação que basicamente se consolida em função da sua boa performance industrial e solidez financeira mesmo em tempo de crise. Só a título de exemplo durante uma feira internacional no ano passado em São Paulo, empresas brasileiras e africanas concluíram acordos de 25 milhões de dólares nos sectores da manufactura, automóveis e construção civil.
Quanto aos países africanos, Brasil representa um parceiro as vezes de mesma categoria com quase os mesmos esquemas de sociais. O projecto Bolsa família está a ser aplicado em vários países africanos. As características geográficas têm também permitido o reforço de cooperação no domínio da agricultura.
Ao nível da saúde, Brasil tem assumido um papel importante na luta contra a SIDA e o paludismo com projectos descritos como referenciais no Quénia, Senegal, Angola e etc.
Apesar desse dinamismo do governo brasileiro e dos seus parceiros africanos, algumas questões se levantam em relação aos engajamentos da presidente Dilma Rousseff. Por isso mesmo perguntei ao professor Fernando Ayerbe coordenador do Instituto de Estudos Económicos e Internacionais da Universidade Estadual de São Paulo, se política externa brasileira para com África era uma continuidade ou um novo modelo de relação.