O Presidente de Moçambique classificou as mudanças climáticas da principal crise da humanidade neste século e destacou a cooperação para combater o terrorismo, dando como exemplo a luta do seu país contra o fenómeno em Cabo Delgado.
Ao intervir na 78a. Assembleia Geral da ONU na noite desta terça-feira, 19, em Nova Iorque, Filipe Nyusi destacou a luta do seu país contra o terrorismo, que ele considerou “uma experiência pioneira de combinação de intervenção bilateral e multilateral”.
”É também exemplo de solução de problemas africanos por próprios africanos. Contudo, a questão que se coloca é a necessidade de apoio substancial a estes países que de forma direta e interventiva combatem conosco o terrorismo em Moçambique de modo a tornar sustentáveis as operações ainda em curso.
Crises em todo o mundo
Ainda na questão da paz e segurança, ele lembrou que várias regiões do mundo “vivem o ciclo vicioso de conflitos e instabilidade armados, sobretudo em África”.
Na sua intervenção, Nyusi destacou que “o mundo continua a enfrentar várias crises interligadas que comprometem o alcance da Agenda 2030”, principalmente depois da pandemia da Covid-19, desastres naturais decorrentes das mudanças climáticas e os conflitos armados.
Por isso, “milhões de pessoas continuam a viver na pobreza, sem alimentação adequada, sem acesso aos serviços de saúde e educação”.
“A ausência da confiança e solidariedade entre os que têm muito e aqueles que têm pouco ou quase nada” estão na origem, segundo Nyusi, do insucesso da Agenda 2030.
Aposta na economia azul
O Presidente de Moçambique classificou as mudanças climáticas “de principal crise da humanidade neste século”, e, a título de exemplo, citou os ciclones Idai, Keneth e Freddy que “provocaram centenas de mortes e perdas e danos avultados na ordem de bilhões de dólares”.
No seu discurso, o Chefe de Estado moçambicano abordou a transição energética e reforçou o pedido para que os países mais industrializados sejam solidários, incrementando o financiamento climático.
Filipe Nyusi assegurou que seu Governo aposta no desenvolvimento da economia azul para otimizar os recursos da extensa zona económica exclusiva de Moçambique.
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