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Joe Biden critica violação da Carta da ONU pela Rússia e pede união contra a guerra


Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, discursa na 78a. Assembleia Geral das Nações Unidas, Nova Iorque, 19 Setembro 2023
Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, discursa na 78a. Assembleia Geral das Nações Unidas, Nova Iorque, 19 Setembro 2023

"Devemos enfrentar esta agressão flagrante hoje para dissuadir outros possíveis agressores amanhã”, disse Joe Biden ao discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.

O Presidente dos Estados Unidos voltou a classificar a invasão da Ucrânia pela Rússia como uma violação dos princípios fundamentais da Carta da ONU ao tomar um território de outra nação pela força, no seu discurso nesta terça-feira, 19, na sessão de abertura da 78a. Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.

“A Rússia acredita que o mundo ficará cansado e permitirá que brutalize a Ucrânia sem consequências. Mas pergunto-lhes o seguinte: se abandonarmos os princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas para apaziguar um agressor, poderá algum Estado-Membro sentir-se confiante de que está protegido? Se permitirmos que a Ucrânia seja dividida, estará garantida a independência de qualquer nação? A resposta é não. Devemos enfrentar esta agressão flagrante hoje para dissuadir outros possíveis agressores amanhã”, afirmou Joe Biden na sua intervenção, em que reiterou que os Estados Unidos, "juntamente com os nossos aliados e parceiros em todo o mundo, continuarão a apoiar o corajoso povo da Ucrânia na defesa da sua soberania e integridade territorial e da sua liberdade”.

Biden é, aliás, o único Presidente dos cinco países membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, presente nesta Assembleia Geral, em virtude das ausências dos seus homólogos da França, Reino Unido, China e Rússia.

O Presidente sublinhou que “devemos enfrentar esta agressão flagrante hoje para dissuadir outros possíveis agressores amanhã”, e destacou que “o preço da Rússia pela paz é a capitulação da Ucrânia, o território da Ucrânia e os filhos da Ucrânia".

O caos das mudanças climáticas

Biden foi aplaudido várias vezes pelo Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, presente na sessão.

Na sua intervenção, Biden usou como exemplos as ondas de calor nos EUA e na China, os incêndios florestais na Europa e as inundações na Líbia para falar dos riscos que as populações vivem pelas mudanças climáticas.

"Em conjunto, esses eventos mostram o que pode acontecer com frequência se a dependência de combustíveis fósseis não for reduzida" e "desde o primeiro dia da minha Administração, tratamos esta crise como a ameaça existencial que representa, não apenas para nós, mas para toda a humanidade”.

Ao abordar a segurança alimentar, o Presidente americano lembrou que o seu país investiu mais de 100 mil milhões para melhorar a segurança alimentar no mundo e combater doenças, "mas nós todos temos que fazer mais".

Ajuda a África e Haiti

"Precisamos preencher as lacunas abertas pela pandemia, precisamos lidar com as dívidas de países de rendimento pequeno e médio", disse Biden, quem aproveitou a tribuna da ONU para pedir o mundo que ajude os países da África a ter mais conetividade e defende "que uma parceria entre os países para transporte de alimentos poderia conceder mais segurança alimentar à população necessitada".

"Nenhuma nação pode enfrentar os desafios do mundo de hoje sozinha", afirmou o Presidente americano que pediu ao Conselho de Segurança para “autorizar agora” o envio de uma força internacional ao Haiti para ajudar a polícia na luta contra os gangues.

“O povo do Haiti não pode esperar mais”, afirmou Joe Biden.

Em relação à China, o Presidente dos Estados Unidos disse procurar "gerir de forma responsável a concorrência entre os nossos países para que não se transforme em conflito" e reiterou que Washington e Pequim estão "juntos para garantir o sucesso das metas traçadas pela ONU quanto aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Reforma do Conselho de Segurança da ONU

Em termos mundias, Biden comprometeu-se em continuar a luta contra a corrupção e em defesa da democracia, que reconheceu estar sob ameaça em várias partes do mundo e anunciou que o seu Governo está a trabalhar com o G7, o grupo das sete maiores economias liberais do mundo, para angariar cerca de 600 mil milhões de euros para vários projetos de desenvolvimento junto da população mundial mais vulnerável.

Depois de reconhecer que esforços comuns em várias áreas têm sido insuficientes para resolver vários conflitos a nível mundial, o Presidente americano voltou a dizer ter chegado a hora de "consultas sérias" para ampliar o Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"Precisamos de mais vozes, de mais perspetivas à mesa das negociações", justificou Biden, quem prometeu também trabalhar com outros países para conseguir que a Inteligência Artificial seja uma ferramenta ao serviço da humanidade e não um risco para a humanidade.

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