Para a província Moçambicana de Nampula, 2012 foi um ano bastante
diversificado em termos de informação. Relatos sobre o aumento do índice criminal nos diferentes bairros e distritos locais, aspectos ligados à política e à economia, foram os mais notórios na imprensa local.
O ano começou com ameaças do líder do principal partido da oposição, Afonso Dhlakama. Num primeiro discurso do ano, Dhlakama havia dito que ia fazer “arder o país” e pôr fim aos 20 anos da paz, isto devido a alegada partidarização do estado levada a cabo pelo partido Frelimo que governa Moçambique desde a independência em 1975.
A ameaça viria a culminar dias depois com o aquartelamento dos ex-guerilheiros daquele antigo movimento armado na sua sede na cidade de Nampula, localizada na Rua Dos Sem Medo. Ali, chegaram ex-guerilheiros vindos de todos distritos de Nampula, incluindo de províncias circunvizinhas, como Niassa e Zambézia.
Este processo criou várias especulações, uma vez que não eram conhecidos os reais objectivos de Dhlakama e do seu partido. Um mês depois, a higiene na delegação da Renamo criou um longo debate em Nampula, uma vez que os mais de duzentos ex-guerileiros, passaram a atender as suas necessidades biológicas no mesmo local onde eram confeccionadas as refeições. Uma vez que a sede da Renamo se encontra rodeada de residência e um mercado, a situação chegou a afectar a população local que passou a registar com frequência doenças diarreicas.
No dia 8 de Fevereiro, uma equipa de dois repórteres da TVM que tinha por objectivo reportar a situação no local foi agredida, tendo o cameraman sido ferido gravemente.
No mesmo dia, o grupo dos ex-guerilheiros deteve um antigo combatente de 43 anos foi feito refém, alegadamente por ter tentado recolher informações no local para fornecer aos serviços do partido no poder nesta parte do país. E no ano em que se comemoravam 20 anos de paz, os nampulenses foram forçados a conviver com um carro blindado quando a Força de Intervenção Rápida e de Operações Especiais, foi destacada para Nampula, com o objectivo de resgatar o preso e repor a ordem e tranquilidade públicas na Rua dos Sem Medo.
No dia 8 de Março, por volta das 4h30, esta força tomou de assalto a sede da Renamo a qual até hoje continua sob seu controlo. A polícia conseguiu libertar o ancião, mas na operação de resgate o comandante das operações perdeu a vida e um número considerável de agentes ficaram gravemente feridos na sequência da troca de tiros
Do lado da Renamo, também houve baixas, mas até hoje, não foram avançados os números das baixas.
Mas, o cenário político em Nampula acendeu-se de novo com novas ameaças por parte do líder da RENAMO de que ora ia colocar o país a arder, ora de manifestar-se a escala nacional.
Na verdade, Dhlakama, exigia um encontro com Armando Guebuza, Presidente da República e da Frelimo. Finalmente pela primeira vez, os dois líderes encontraram-se em Nampula em 15 de Abril do ano em curso.
Guebuza e Dhlakama, se abraçaram, conversaram e trocaram números telefónicos. À saída do Encontro, Dhlakama disse que teria recebido do Presidente Armando Guebuza, "garantias de uma nova viragem política" no país, sobretudo no domínio da economia, defesa e segurança.
A questão da insegurança em Nampula, também foi a mais destacada pelos
residentes. Um novo tipo de crime surgiu, com os malfeitores a constituírem grupos que variam entre 10 a 15 elementos. Com recurso a armas como catanas, machados, picaretas estes grupos foram desestabilizando a ordem e tranquilidade públicas. a policia conseguiu neutralizar algumas quadrilhas, mas apesar da policia ter reforçado as suas patrulhas, os nampulenses continuam a viver um clima de insegurança nesta quadra festiva.
O negócio de armas de fogo, envolvendo altas patentes da polícia foi descoberto em Nacala-Porto. Alegadamente o negócio envolvia, a chefia do comando local da polícia e algumas empresas licenciadas na área de despacho aduaneiro. A operação culminaria com a apreensão de um número considerável de armas de grande calibre, incluindo outros materiais de guerra. O comandante da polícia em Nacala cessou as funções e foi detido.
Dias depois, o Ministério Público, viria a ordenar a soltura do comandante, o que viria a gerar um desentendimento com o comandante-geral da polícia, Jorge Kalau. Kalau voltava a dar ordem de prisão ao comandante policial alegando que o estatuto da polícia preconizava esse tipo de acção.
A Liga dos Direitos Humanos, a Ordem dos Advogados e outros interessados na matéria, endereçaram ao chefe do estado, cartas solicitando a exoneração de Jorge Kalau, alegando ter exagerou nas suas acções. Porém até hoje, Jorge Kalau continua comandante-geral da polícia. A Província de Nampula é potencial na exploração de recursos minerais. E está, foi sem dúvida, uma das áreas que mais interesse despertou em 2012.
As comunidades locais, apareceram repetidas vezes a lamentar a falta de cumprimento dos planos de responsabilidade social, por parte das empresas concessionadas as áreas mineiras. Ouviram-se reclamações na zona concessionada a Kenmar, Projecto das áreas pesadas de Moma, em Mogovolas e Nacala-Porto, Zona Económica Especial.
Neste dois últimos locais, com a presença do chefe do estado Moçambicano que visitou a província, os jovens reclamaram a falta de oportunidades de empregos, mesmo frisaram quando se assiste diariamente ao surgimento de mega projectos,que pura e exclusivamente disseram “ empregam estrangeiros e nacionais doutras províncias”
O negócio ilícito de pedras semi-precioas e preciosas, também foi destaque na
imprensa em Nampula.
Em meados de Setembro passado as Alfândegas de Nampula, coadjuvada pela polícia da República de Moçambique , apreenderam aproximadamente 7 Kg de rubis na posse de uma cidadã americana prestes a embarcar com destino à Tailândia. Os rubis ficaram calculados em 30 milhões de dólares, o que viria a causar controvérsia. É que as Alfândegas não entregaram aqueles minerais ao sector de Recursos Minerais, que, por sua vez, deverá fazê-los chegar ao Fundo de Fomento Mineiro, entidade autorizada para leiloar a mercadoria.
Até agora, este caso não teve desfecho e numa entrevista que o porta-voz da Direcção Provincial dos Recursos Minerais e Energia em Nampula, Fila Lázaro, havia concedido em exclusivo à VOA, achou estranho e disse não compreender a atitude tomada pela Direcção das Alfândegas de Nampula.
Durante 2012, Nampula também ficou famoso em termos do índice de corrupção, tendo a o sector de educação e saúde, voltado a liderar as percentagens.
Em 2011 FORAM detidos pelo menos 28 funcionários públicos do sector da educação, indiciados no roubo de milhões de meticais. Dados anunciados em Outubro passado pelo Gabinete Central de Combate a Corrupção, mostraram o crescimento EM 100 porcento os processos levantados na província por corrupção.
E quase no final do ano, a governação da província mudou de mãos. Pela primeira vez na sua história Nampula passou a ser governada por uma senhora. Cidália Chauque, substituiu no cargo o polémico governador, Felismino Tocoli, que durante sua governação foi acusado de envolver-se sexualmente com as suas secretarias particulares.
Estes foram alguns dos acontecimentos que marcaram 2012 na província de Nampula.
diversificado em termos de informação. Relatos sobre o aumento do índice criminal nos diferentes bairros e distritos locais, aspectos ligados à política e à economia, foram os mais notórios na imprensa local.
O ano começou com ameaças do líder do principal partido da oposição, Afonso Dhlakama. Num primeiro discurso do ano, Dhlakama havia dito que ia fazer “arder o país” e pôr fim aos 20 anos da paz, isto devido a alegada partidarização do estado levada a cabo pelo partido Frelimo que governa Moçambique desde a independência em 1975.
A ameaça viria a culminar dias depois com o aquartelamento dos ex-guerilheiros daquele antigo movimento armado na sua sede na cidade de Nampula, localizada na Rua Dos Sem Medo. Ali, chegaram ex-guerilheiros vindos de todos distritos de Nampula, incluindo de províncias circunvizinhas, como Niassa e Zambézia.
Este processo criou várias especulações, uma vez que não eram conhecidos os reais objectivos de Dhlakama e do seu partido. Um mês depois, a higiene na delegação da Renamo criou um longo debate em Nampula, uma vez que os mais de duzentos ex-guerileiros, passaram a atender as suas necessidades biológicas no mesmo local onde eram confeccionadas as refeições. Uma vez que a sede da Renamo se encontra rodeada de residência e um mercado, a situação chegou a afectar a população local que passou a registar com frequência doenças diarreicas.
No dia 8 de Fevereiro, uma equipa de dois repórteres da TVM que tinha por objectivo reportar a situação no local foi agredida, tendo o cameraman sido ferido gravemente.
No mesmo dia, o grupo dos ex-guerilheiros deteve um antigo combatente de 43 anos foi feito refém, alegadamente por ter tentado recolher informações no local para fornecer aos serviços do partido no poder nesta parte do país. E no ano em que se comemoravam 20 anos de paz, os nampulenses foram forçados a conviver com um carro blindado quando a Força de Intervenção Rápida e de Operações Especiais, foi destacada para Nampula, com o objectivo de resgatar o preso e repor a ordem e tranquilidade públicas na Rua dos Sem Medo.
No dia 8 de Março, por volta das 4h30, esta força tomou de assalto a sede da Renamo a qual até hoje continua sob seu controlo. A polícia conseguiu libertar o ancião, mas na operação de resgate o comandante das operações perdeu a vida e um número considerável de agentes ficaram gravemente feridos na sequência da troca de tiros
Do lado da Renamo, também houve baixas, mas até hoje, não foram avançados os números das baixas.
Mas, o cenário político em Nampula acendeu-se de novo com novas ameaças por parte do líder da RENAMO de que ora ia colocar o país a arder, ora de manifestar-se a escala nacional.
Na verdade, Dhlakama, exigia um encontro com Armando Guebuza, Presidente da República e da Frelimo. Finalmente pela primeira vez, os dois líderes encontraram-se em Nampula em 15 de Abril do ano em curso.
Guebuza e Dhlakama, se abraçaram, conversaram e trocaram números telefónicos. À saída do Encontro, Dhlakama disse que teria recebido do Presidente Armando Guebuza, "garantias de uma nova viragem política" no país, sobretudo no domínio da economia, defesa e segurança.
A questão da insegurança em Nampula, também foi a mais destacada pelos
residentes. Um novo tipo de crime surgiu, com os malfeitores a constituírem grupos que variam entre 10 a 15 elementos. Com recurso a armas como catanas, machados, picaretas estes grupos foram desestabilizando a ordem e tranquilidade públicas. a policia conseguiu neutralizar algumas quadrilhas, mas apesar da policia ter reforçado as suas patrulhas, os nampulenses continuam a viver um clima de insegurança nesta quadra festiva.
O negócio de armas de fogo, envolvendo altas patentes da polícia foi descoberto em Nacala-Porto. Alegadamente o negócio envolvia, a chefia do comando local da polícia e algumas empresas licenciadas na área de despacho aduaneiro. A operação culminaria com a apreensão de um número considerável de armas de grande calibre, incluindo outros materiais de guerra. O comandante da polícia em Nacala cessou as funções e foi detido.
Dias depois, o Ministério Público, viria a ordenar a soltura do comandante, o que viria a gerar um desentendimento com o comandante-geral da polícia, Jorge Kalau. Kalau voltava a dar ordem de prisão ao comandante policial alegando que o estatuto da polícia preconizava esse tipo de acção.
A Liga dos Direitos Humanos, a Ordem dos Advogados e outros interessados na matéria, endereçaram ao chefe do estado, cartas solicitando a exoneração de Jorge Kalau, alegando ter exagerou nas suas acções. Porém até hoje, Jorge Kalau continua comandante-geral da polícia. A Província de Nampula é potencial na exploração de recursos minerais. E está, foi sem dúvida, uma das áreas que mais interesse despertou em 2012.
As comunidades locais, apareceram repetidas vezes a lamentar a falta de cumprimento dos planos de responsabilidade social, por parte das empresas concessionadas as áreas mineiras. Ouviram-se reclamações na zona concessionada a Kenmar, Projecto das áreas pesadas de Moma, em Mogovolas e Nacala-Porto, Zona Económica Especial.
Neste dois últimos locais, com a presença do chefe do estado Moçambicano que visitou a província, os jovens reclamaram a falta de oportunidades de empregos, mesmo frisaram quando se assiste diariamente ao surgimento de mega projectos,que pura e exclusivamente disseram “ empregam estrangeiros e nacionais doutras províncias”
O negócio ilícito de pedras semi-precioas e preciosas, também foi destaque na
imprensa em Nampula.
Em meados de Setembro passado as Alfândegas de Nampula, coadjuvada pela polícia da República de Moçambique , apreenderam aproximadamente 7 Kg de rubis na posse de uma cidadã americana prestes a embarcar com destino à Tailândia. Os rubis ficaram calculados em 30 milhões de dólares, o que viria a causar controvérsia. É que as Alfândegas não entregaram aqueles minerais ao sector de Recursos Minerais, que, por sua vez, deverá fazê-los chegar ao Fundo de Fomento Mineiro, entidade autorizada para leiloar a mercadoria.
Até agora, este caso não teve desfecho e numa entrevista que o porta-voz da Direcção Provincial dos Recursos Minerais e Energia em Nampula, Fila Lázaro, havia concedido em exclusivo à VOA, achou estranho e disse não compreender a atitude tomada pela Direcção das Alfândegas de Nampula.
Durante 2012, Nampula também ficou famoso em termos do índice de corrupção, tendo a o sector de educação e saúde, voltado a liderar as percentagens.
Em 2011 FORAM detidos pelo menos 28 funcionários públicos do sector da educação, indiciados no roubo de milhões de meticais. Dados anunciados em Outubro passado pelo Gabinete Central de Combate a Corrupção, mostraram o crescimento EM 100 porcento os processos levantados na província por corrupção.
E quase no final do ano, a governação da província mudou de mãos. Pela primeira vez na sua história Nampula passou a ser governada por uma senhora. Cidália Chauque, substituiu no cargo o polémico governador, Felismino Tocoli, que durante sua governação foi acusado de envolver-se sexualmente com as suas secretarias particulares.
Estes foram alguns dos acontecimentos que marcaram 2012 na província de Nampula.