O encontro entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e os candidatos presidenciais para buscar soluções para a crise pós-eleitoral redundou em fracasso, devido à ausência de Venâncio Mondlane, candidato apoiado pelo PODEMOS, que alegou a não garantia de segurança
Ao gabinete de Filipe Nyusi fizeram-se Daniel Chapo, da Frelimo, Ossufo Momade, da Renamo, e Lutero Simango, do MDM, quemno início da reunião questionou a ausência de Mondlane.
“Como é do conhecimento de todos, devíamos estar aqui os quatro candidatos para poder permitir que esse encontro fosse, de facto, um encontro não só da análise da situação, mas também para o bem da nação moçambicana”, disse Simango.
Não sei se há uma justificação da ausência do quarto candidato?”Lutero SImango
Tal também foi mencionado pelo candidato da Renamo, Ossufo Momade, dando conta que com a sua ausência o encontro não teria valia nenhuma, e apelou a Nyusi para intervir.
“Há uma necessidade do senhor Presidente, como magistrado da nação, fazer tudo para que ele (Mondlane) possa estar no país, mas a Procuradoria tem um processo contra este cidadão, é preciso que façam alguma coisa para que possamos tê-lo aqui no país, e em relação à sua segurança”, defendeu Momade.
Daniel Chapo limitou-se a agradecer o convite para participar do encontro.
Por seu lado, o Presidente comentou que a ausência de Venâncio Mondlane deve-se ao facto de estar em parte incerta.
“O candidato Venâncio não foi expulso de Moçambique, não há motivos para não estar em Moçambique (...) se estivesse num sítio conhecido, se calhar até eu sugerisse a esta equipa que está interessada em resolver o problema, iríamos ter com ele lá (...) mas ninguém sabe onde está”, disse Nyusi.
O Chefe de Estado acrescentou que o “esforço será feito para garantir que ele esteja aqui, e pelo que me pareceu ele aceitou o convite, não colocou o problema de segurança”.
Vontade genuína
Na semana passada, Mondlane aceitou o convite de Nyusi e exigiu "garantias de segurança política e jurídica para atores e intervenientes no diálogo" e a "libertação de todos os detidos no âmbito das manifestações."
No entanto, quase que à mesma hora do encontro na Presidência da República, Venâncio Mondlane reagiu em direto na sua página no Facebook afirmando que a sua ausência prende-se com o facto de não ter recebido resposta sobre os pontos de agenda por si previamente apresentados.
“O Presidente da República não tem nenhuma vontade genuína de haver um debate sério, um diálogo sério para se resolver o problema da crise pós-eleitoral que Moçambique está vivendo”, disse Mondlane.
Aquele candidato afirmou que o Presidente “não tem preocupação nenhuma com os crimes, os ilícitos eleitorais que foram cometidos pelo STAE na manipulação dos resultados, no adulteramento de documentos, na falsificação de editais e das acta”.
Não foi anunciada uma nova data para um eventual encontro.
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