Links de Acesso

Moçambique pode aceitar intervenção militar da SADC em Cabo Delgado, dizem analistas


Exercícios militares regionais, Lohatla, África do Sul, 2015
Exercícios militares regionais, Lohatla, África do Sul, 2015

Sem segurança, a Total não retoma actividades

Alguns analistas dizem que o facto de a situação em Cabo Delgado se ter tornado insustentável, tanto do ponto de vista militar como humanitário, para além de a Total ter deixado claro que se não forem criadas condições de segurança em Palma não há projecto de gás, fará com que Moçambique aceite o plano de intervenção militar da SADC no norte do país.

Moçambique pode aceitar intervenção militar da SADC em Cabo Delgado, dizem analistas
please wait

No media source currently available

0:00 0:03:58 0:00

O assunto principal, na opinião de analistas, que estará em cima da mesa durante a cimeira da Troika da SADC, desta quinta-feira, 27, será o ângulo de intervenção militar que esta organização regional elaborou anteriormente, que não foi discutido ainda, dado ter sido adiado o encontro em que essa análise seria feita.

Relatos dão conta de que esse plano prevê o envio de uma força militar de três mil homens, e questiona-se até que ponto Moçambique poderá aceitar essa proposta.

O analista Fernando Lima diz que Moçambique poderá aceitar essa intervenção, "depois da reunião do Comité Central da Frelimo ter afastado muitas das resistências, para além de que o próprio plano será sujeito algumas modificações de pormenor, mas em geral penso que se encaminha para que Moçambique aceite o apoio da SADC".

Sem opção

A mesma opinião tem o analista Raúl Domingos, que, entretanto, entende que para além da via militar, é preciso também atacar outros aspectos que podem estar a ser explorados pelos jihadistas em Cabo Delgado.

O professor Lourenço do Rosário diz que esta cimeira é bastante importante, tendo em conta que "a estratégia que o terrorismo está a seguir no nordeste de Cabo Delgado é, efectivamente, desertificar o território para permitir a facilitação dos vários tráficos, de drogas, de armas, que têm acontecido naquela província."

Há quem veja esta cimeira como o fim da resistência das autoridades moçambicanas à intervenção militar da SADC no conflito em Cabo Delgado.

Fernando Lima diz que Maputo não tinha outra opção, "porque a situação é insustentável, não há melhorias assinaláveis da situação de segurança em Cabo Delgado e a situação de desastre humanitário é muito preocupante; e, por outro lado, a Total deixou muito claro que se Moçambique não altera o paradigma da segurança em Cabo Delgado não há projecto de gás, e isso aplica-se também para a área 4 onde o líder da exploração é a Exxon Mobil".

XS
SM
MD
LG