Sem elementos suficientes
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Henrique Banze, disse esta terça-feira que o governo já tomou nota do sucedido com os jornalistas Joana Macie e Nelo Cossa, impedidos de entrar em Luanda e posteriormente recambiados, por motivos ainda não claros.
Numa altura em que organizações que congregam a classe jornalística nacional mostra-se indignada e exige explicações, o governo moçambicano diz não ter ainda elementos suficientes para tirar as conclusões do que efectivamente esteve por detrás do recambiamento dos dois jornalistas, e promete um posicionamento, logo que os tenha.
Entretanto, o Secretariado Executivo do Sindicato Nacional de Jornalistas e a direcção da ala moçambicana do Instituto dos Midia Independente da Africa Austral, MISA-Moçambique, manifestaram hoje o seu repúdio e indignação, pelo sucedido.
Em dois comunicados separados, as duas organizações consideram as medidas tomadas um exagero e desnecessárias e atentam contra a dignidade dos jornalistas e do povo moçambicano, pelo que devem merecer os devidos esclarecimentos.
O MISA-Moçambique diz, nomeadamente, que "as autoridades angolanas agiram de forma intimidatória ao colocarem em causa a sua integridade física, colocando a polícia nacional, daquele país, para os escoltar até ao avião sob ameaça de uso de força aquando da exigência das bagagens e passaportes".
o MISA-Moçambique considera, ainda,"a decisão das autoridades alfandegárias de Angola, de recambiar os jornalistas Moçambicanos, um atentado contra a moral, postura e bom nome da classe jornalistica moçambicana e do povo moçambicano no geral".