Arrumar a casa
Os passos que os EUA estão a dar para arrumar a sua situação financeira será o tópico principal da digressão do vice-presidente Joe Biden a três países da Ásia. Biden segue esta terça-feira para visitas à China, Mongólia e Japão.
As autoridades americanas afirmam que Biden vai usar estas conversações com líderes chineses - incluindo o vice-presidente Xi Junping, que se prevê venha a suceder ao actual presidente Hu Jintao, já no próximo ano – para enfatizar que os EUA estão a tomar medidas enérgicas para resolver os seus problemas fiscais.
Durante as difíceis negociações entre o presidente Barack Obama e o Congresso para o compromisso sobre a dívida e o deficit, a agência noticiosa oficial chinesa, Nova China, referiu que as batalhas políticas em Washington estão a pôr em causa a economia global.
Falando a jornalistas, o subsecretário de Estado americano para as Questões Internacionais, Lael Brainard, disse que o vice-presidente Biden irá falar “sobre o pacote para uma forte redução do deficit” que o presidente Obama ratificou como lei.
Afirmando que os EUA “têm a capacidade, a vontade e o empenho” para encarar de frente os seus desafios fiscais e económicos, Brainard disse que a quota-parte que a China tem numa estratégica fiscal americana, nomeadamente porque tem mais de um trilião em títulos do Tesouro americano.
Brainard diz que a visita de Biden é uma oportunidade para debater questões económicas bilaterais chave. Entre elas inclui-se a necessidade de continuar da China se afastar de políticas proteccionistas, para permitir que a moeda da China se valorize a sua moeda em relação ao dólar e da necessidade de reorientar a economia chinesa para ser baseada mais na procura do mercado interno do que na exportação.
O convite para que Biden se deslocasse à China foi feito pelo presidente Hu durante a sua visita, em Janeiro, a Washington. Paralelamente, visitando Pequim – onde se irá reunir com homens de negócio americanos e chineses – Binden deverá proferir um discurso sobre as relações sino-americanas na Universidade de Sichuan, em Chengdu. A propósito, o conselheiro para a Segurança Nacional junto da Casa Branca, Tony Blinken, considera que Biden está bem posicionado para dar a conhecer esta mensagem.
Diz Bliken: “Enquanto duas grandes potências e actores globais neste século, a China e os EUA estão perante muitos desafios similares e partilham responsabilidades que lhes são comuns.”
Blinken adianta que um dos principais objectivos desta visita é conhecer a futura liderança da China e iniciar um relacionamento com o vice-presidente Xi Jinping.
Biden irá também visitar a Mongólia, sendo o primeiro vice-presidente americano a deslocar-se ali, desde 1944. As conversações na Mongólia irão centrar-se na transição daquele país para a democracia, para além de procurar expandir a cooperação com os EUA na área económica e da defesa. O presidente da Mongólia visitou a Casa Branca em Junho deste ano.
No Japão, as conversações de Biden vão focar na questão da Coreia do Norte e também nos esforços nipónico de recuperação do chamado “desastre triplo”: o terramoto, o tsunami e o acidente nuclear.
O presidente Obama será o anfitrião da Cimeira de Cooperação Económica Ásia-Pacífico, que irá ter lugar, em Novembro, em Honolulu, seguindo depois para Bali para a Cimeira Leste-Asiática.