A UNITA solicitou uma análise ao software utilizado no processamento de dados e contabilização de votos utilizado pela CNE – comissão nacional eleitoral, nas eleições de 1992, cujos resultados apresentou a comunicação social, nesta segunda-feira.
No relatório a que tivemos acesso, com o título em inglês “Revisão de Software das Eleições de 1992” a organização americana Kenotek Development Services, põe em causa os sistemas de segurança do mesmo software, o que leva a conclusão que os dados escrutinados tenham sido facilmente adulterados.
O relatório põem em causa toda a arquitectura informática e considera o sistema não conforme princípios padrão de arquitectura, recomendados as empresas, na sigla inglesa – EA, Entreprise Architecture.
O procedimento fraudulento repetiu-se em 2008 segundo o presidente da UNITA, com algumas das pessoas directamente envolvidas em 1992 a serem novamente chamadas.
Dezanove anos depois, porque razão a UNITA levanta hoje este problema?
O partido do “Galo Negro” desconfia que o mesmo esquema esteja em vias de repetir-se, pois, disse Samakuva, mesmo sem legislação aprovada, o Executivo já tomou a dianteira, praticando actos que usurpam competências que a Constituição atribui a CNE- comissão nacional eleitoral.
A UNITA reclamou igualmente fraude maciça nas eleições de 2008.
O presidente da UNITA disse ter escrito a Eduardo dos Santos para lhe notar as irregularidades registadas na altura, com assinalado directo envolvimento da Casa militar da Presidência da República.
A resposta de Eduardo dos Santos foi remetida quatro meses depois mas e curiosamente segundo Isaías Samakuva, a carta não era assinada por Eduardo dos Santos mas sim por Frederico dos Santos Cardoso, um responsável da Valey Soft empresa privada de informática criada e controlada por figuras ligadas a presidência da qual é parte Zeno dos Santos filho primogénito do presidente.
Mais palavra menos palavra, o presidente disse que não era capaz de dirimir diferendos eleitorais.
Instado a comentar sobre estes desenvolvimentos da política, Sérgio Kalundungo qualificou de interessantes as revelações.