As autoridades moçambicanas assumem que a batalha contra a exportação ilegal da madeira está longe de ser ganha e dizem pretender alterar a legislação sobre o sector florestal.
Segundo a fundação WWF, Moçambique perdeu entre 2003 e 2013, cerca de 549 milhões de dólares, resultante da exportação ilegal de madeira para países asiáticos.
Moçambique tem uma legislação que penaliza a exportação ilegal da madeira, mas o ministro do Ambiente, Terra e Desenvolvimento Rural, Celso Correia diz que nos últimos cinco anos, a exportação ilegal aumentou de forma significativa.
"Verificou-se um aumento da exportação de madeira em toro de 22.846 metros cúbicos para 148 .93 metros cúbicos em 2015", destacou aquele governante.
O Ministério do Ambiente, Terra e Desenvolvimento Rural pretende alterar a legislação actualmente em vigor, e já submeteu à Assembleia da República uma proposta de revisão da lei que cria a taxa de sobrevalorização da madeira, e anunciou um programa de reformas do sector florestal.
Os ambientalistas, que amiúde se queixam do corte e exportação ilegais da madeira em Moçambique, que contribuem para a degradação do ambiente, para além de prejuízos para a economia, saúdam a iniciativa, no sentido de que vai promover a protecção, conservação e uso transparente do património florestal.
Entretanto, a Agência de Investigação Ambiental diz que a China é o maior consumidor da madeira de Moçambique, tendo absorvido 85 por cento dos 430 mil metros cúbicos de madeira em toro, entre 2000 e 2010, tendo o valor da exportação para aquele país aumentado de oito para 100 milhões de dólares.