O antigo Presidente moçambicano Joaquim Chissano considerou na Segunda-feira, 21, que a falta de cultura democrática é a causa do impasse que se regista no processo negocial entre o Governo e a Renamo.
Posição contrária têm analistas moçambicanos, com alguns a reagirem de forma muito contundente ao pronunciamento de Chissando.
Eles questionam a clareza que não houve ontem para não se concluir o processo de implementação do Acordo Geral de Paz, assinado em 1992, em Roma.
O académico Julião Cumbana questiona o facto de Joaquim Chissano ter permitido a existência da Renamo armada, durante 10 anos, no seu consulado como Presidente da República.
Para o analista político Egídio Plácido, existe cultura democrática em Moçambique, o que é necessário é aperfeiçoar essa democracia.
Para o também analista político José Machicame, "o que deve haver é, se calhar, um défice democrático porque em Moçambique existem instituições e práticas que são típicas e normais numa democracia".
Na sua intervenção, Chissano afirmou que a falta de cultura democrática impede o avanço do diálogo político, mas para Egídio Plácido a existência desse processo negocial já é uma demonstração de cultura democrática.
Plácido diz que não se deve responsabilizar os mediadores pelos impasses no diálogo políico porque eles são apenas facilitadores do processo.