Amanhã há eleições em Moçambique e analistas dizem que a instabilidade político-militar e social que se vive no país vai ter um impacto negativo nestas eleições, no sentido de que poderá desmobilizar uma grande parte das pessoas que gostariam de ir votar e deixarem de o fazer, por causa da insegurança.
Mais de três milhões de eleitores vão escolher presidentes de camaras e deputados de Assembleias Municipais para 53 autarquias.
O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral-STAE, o órgão estatal de gestão de processos eleitorais, diz que está tudo a postos para a realização da votação nas 53 autarquias, sublinhando que apesar de algumas situações de insegurança, a vontade dos munícipes de definirem o futuro e de eleger os seus representantes ao nível local é superior e não pode ser abalada por essas situações.
Mas não é este o entendimento do académico João Colaço. Ele entende que a instabilidade político-militar pode desmobilizar uma grande parte da população que gostaria de ir votar e ela deixar de votar ou por medo ou por achar que todo este processo está manchado ou não tem nenhum interesse ou pelo menos não merece a atenção dos próprios eleitores.
“Eu penso que o impacto imediato é esta situação vir a provocar uma abstenção em larga medida, dada a situação de instabilidade e de insegurança para as pessoas”, realçou aquele académico, acrescentando que com esta situação, de um modo geral, perdem a democracia e os moçambicanos todos.
“Em relação ás partes directamente envolvidas no jogo democrático, sobretudo no eleitoral, em que neste momento toda a culpa é incutida ao Governo ou á Frelimo, pode ser que esta situação venha a ter um efeito negativo para a própria Frelimo”, afirmou João Colaço.
O analista Lazaro Mabunda considera que se as pessoas decidirem não votar, sobretudo em municípios localizados longe das zonas onde tem havido ataques da Renamo, não vai ser por medo desses ataques, mas por outros motivos, realçando, no entanto, que se votarem em massa, a Frelimo vai ser muito penalizada.
Na sua opinião, este clima de tensão está associado também á insatisfação popular. “Se as pessoas decidirem votar, a Frelimo vai ser penalizada em algumas zonas. Mas há um outro cenário: é que as pessoas não votar porque não estão a ver os resultados dos processos eleitorais reflectidos nos seus bolsos. Se essas pessoas não irem votar, quem sai penalizado é a oposição”, referiu.
Por seu turno, João Madeira, do Conselho Cristão de Moçambique, não tem dúvidas que as eleições vão ser perturbadas, porque a mensagem da Renamo foi clara: não vai participar nestas eleições, mas também não vai permitir que as pessoas participem neste processo.
Ramos Miguel, VOA-Maputo
Mais de três milhões de eleitores vão escolher presidentes de camaras e deputados de Assembleias Municipais para 53 autarquias.
O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral-STAE, o órgão estatal de gestão de processos eleitorais, diz que está tudo a postos para a realização da votação nas 53 autarquias, sublinhando que apesar de algumas situações de insegurança, a vontade dos munícipes de definirem o futuro e de eleger os seus representantes ao nível local é superior e não pode ser abalada por essas situações.
Mas não é este o entendimento do académico João Colaço. Ele entende que a instabilidade político-militar pode desmobilizar uma grande parte da população que gostaria de ir votar e ela deixar de votar ou por medo ou por achar que todo este processo está manchado ou não tem nenhum interesse ou pelo menos não merece a atenção dos próprios eleitores.
“Eu penso que o impacto imediato é esta situação vir a provocar uma abstenção em larga medida, dada a situação de instabilidade e de insegurança para as pessoas”, realçou aquele académico, acrescentando que com esta situação, de um modo geral, perdem a democracia e os moçambicanos todos.
“Em relação ás partes directamente envolvidas no jogo democrático, sobretudo no eleitoral, em que neste momento toda a culpa é incutida ao Governo ou á Frelimo, pode ser que esta situação venha a ter um efeito negativo para a própria Frelimo”, afirmou João Colaço.
O analista Lazaro Mabunda considera que se as pessoas decidirem não votar, sobretudo em municípios localizados longe das zonas onde tem havido ataques da Renamo, não vai ser por medo desses ataques, mas por outros motivos, realçando, no entanto, que se votarem em massa, a Frelimo vai ser muito penalizada.
Na sua opinião, este clima de tensão está associado também á insatisfação popular. “Se as pessoas decidirem votar, a Frelimo vai ser penalizada em algumas zonas. Mas há um outro cenário: é que as pessoas não votar porque não estão a ver os resultados dos processos eleitorais reflectidos nos seus bolsos. Se essas pessoas não irem votar, quem sai penalizado é a oposição”, referiu.
Por seu turno, João Madeira, do Conselho Cristão de Moçambique, não tem dúvidas que as eleições vão ser perturbadas, porque a mensagem da Renamo foi clara: não vai participar nestas eleições, mas também não vai permitir que as pessoas participem neste processo.
Ramos Miguel, VOA-Maputo