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Ministério do Interior pede processo contra responsáveis da UNITA em Benguela


Adalberto Costa Junior denunciou ataques em Benguela.
Adalberto Costa Junior denunciou ataques em Benguela.

Autoridades acusam UNITA de ter provocado os incidentes que terminaram em três mortos e vários feridos.

O Ministério do Interior de Angola apresentou nesta segunda-feira, 27, os resultados do inquérito sobre os incidentes de Benguela, que envolveram militantes da UNITA e populares da comuna de Capupa, município do Cubal, no dia 25 de Maio, que resultaram em três mortos, três feridos civis e quatro desaparecidos.

O director do Gabinete de Estudos e Informação e Análise do Ministério do Interior, Comissário Aristófanes dos Santos, afirmou que a imprudência, por parte de militantes da UNITA, esteve na base desses incidentes e que os inquiridores propuseram ao Ministério enviar o processo à Procuradoria Geral da República para procedimento criminal contra membros da Unita.

Em conferência de imprensa, Aristófanes dos Santos explicou que os disparos indiscriminados dos militantes da UNITA terão atingido mortalmente os cidadãos Faustino Catumbela e Sabonete Katchiendo, militantes do MPLA, de 40 e 42 anos, respectivamente.

Santos disse que ficou concluído que o cerne da questão, que terá dado lugar a toda estas situações, terá sido o facto de os militantes da UNITA terem removido duas bandeiras do partido MPLA, facto que levou os militantes do partido no poder a revoltarem-se, originando tumultos.

Tal situação, esclareceu, "culminou em agressões múltiplas entre as partes, utilizando objectos contundentes e de arremesso, acção que se generalizou, conforme referiu a maior parte dos declarantes nos autos".

Aristófanes dos Santos referiu que os declarantes foram unânimes em afirmar que os dirigentes da UNITA, entre os quais o deputado Adalberto da Costa Júnior e a secretária municipal deste partido no Cubal pediram incessantemente que os efectivos da Polícia efectuassem disparos para o ar, com vista a afugentar os supostos agressores.

A comissão constatou que a situação relacionada a uma família que estaria a ser supostamente maltratada por outra na localidade de Cambulo era um assunto meramente familiar de sucessão de trono tradicional.

Segundo o comissário Aristófanes dos Santos, tal assunto deve ser tratado no fórum tradicional e não da responsabilidade dos partidos políticos.

Em função disso, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) no município do Cubal procedeu à abertura do processo-crime em que é participante o secretariado do comité municipal da UNITA, por actos de agressões físicas, danos materiais, fogo posto e ofensas corporais que resultaram em morte.

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