Vinte dias após o ataque a deputados da UNITA na província de Benguela, com saldo de três mortos, feridos e desaparecidos, mantém-se em segredo o curso do inquérito aberto pelo Ministério do Interior.
O partido de Isaías Samakuva, que até já identificou culpados e prometeu levar o caso a debate na Assembleia Nacional, adverte que não vai aceitar os resultados.
O inquérito ao ataque a deputados da UNITA na comuna da Capupa (município do Cubal), ocorrido no passado dia 25 de Maio, trouxe a Benguela o comissário Aristófanes dos Santos.
O director nacional do Gabinete de Estudos, Informação e Análise da Polícia Nacional deixou a província sem qualquer pronunciamento sobre o curso dos trabalhos. A VOA ainda tentou contactar o oficial superior, já em Luanda, mas sem sucesso, acontecendo o mesmo com o director provincial para a Ordem Pública, Carlos Mota.
Logo após a morte do seu inspector provincial, Fernando Sachepa, e de dois outros cidadãos, a UNITA exigiu uma comissão de inquérito plural e isenta.
Não tendo sido ouvida, realça que não vai aceitar os resultados, conforme o deputado Adalberto da Costa Júnior, um dos três parlamentares que integravam a caravana.
“É claro que o inquérito do Ministério do Interior não é a solução definitiva, na medida em que este organismo não representa a Assembleia Nacional, nem a Administração do Território’’, sustenta o deputado, que lembra ter sido um “ataque de poderia ter posto em causa a vida de deputados”.
Costa Júnior acrescenta que ninguém ganha com uma situação que já ultrapassou as fronteiras de Angola.
’De igual forma, ninguém ganha com inverdades, nem com achas para a fogueira’’, avisa.
Alguns dias depois, ao falar para jornalistas na capital do país, o líder da bancada parlamentar do galo negro, bem mais contundente, apontou o dedo a sobas e a membros do MPLA, ficando a expectativa sobre um eventual recurso do Ministério do Interior a estes dados.