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Os mais pobres estão com o maior fardo do baixo crescimento económico de Moçambique, diz o Banco Mundial


Restituição da confiança depende dos resultados da auditoria das dívidas escondidas.

O crescimento de Moçambique em 2016 será de 3.6 por cento, ligeiramente acima da metade dos 6.6 por cento do ano passado.

A situação sacrifica cerca de metade dos 26 milhões de habitantes.

Os dados são da nova actualização sobre Moçambique, publicada hoje pelo Banco Mundial, que recorda que aquele país está mergulhado numa complexa crise influenciada pela baixa de preços de materiais primas, calamidades naturais e conflito.

Para agravar o cenário, Moçambique debate-se com um bloqueio dos principais doadores, na sequência da descoberta de 1.4 mil milhões de dólares de dívidas escondidas em Abril deste ano.

Além do bloqueio de doadores, as dividas escondidas contribuíram para a redução da confiança dos investidores.

O investimento directo estrangeiro e as exportações baixaram e projecta-se que atinjam 17 e oito por cento, respectivamente, diz o Banco Mundial.

A moeda moçambicana, Metical, depreciou em 42 por cento face ao dólar americano, nos primeiros dez meses deste ano, colocando o país numa situação pior que Angola e Nigéria, também exportadores de materiais primas.

“A subida de preços é acentuada para os mais pobres", diz Shireen Mahdi, economista sénior do Banco Mundial para Moçambique.

Ela acrescenta que "desde Abril, estima-se que a inflação tenha sido nove por cento mais alta para os 40 por cento de pobres” moçambicanos.

O documento do Banco Mundial aponta que a projectada produção de gás natural no norte cria a expectativa de o país recuperar para 6.6 por cento de crescimento económico em 2018.

Mas adverte que a restituição da confiança e estabilidade económica dependem da do sucesso na reestruturação da dívida e dos resultados da auditoria independente das dívidas secretas.

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