Jovens do chamado “Movimento Revolucionário” angolano afirmam que tencionam continuar a organizar manifestações de protesto contra o sistema político no país.
Cerca de 20 jovens foram detidos no fim-de-semana quando tentavam manifestar-se para assinalar o quarto aniversário do movimento.
Um dos jovens disse à Voz da América que tem havido uma mudança de atitude da polícia que deixou de usar a violência física para dispersar e prender os manifestantes como aconteceu no passado.
As manifestações em Angola do denominado “Movimento Revolucionário” tiveram inicio, a 7 de Março de 2011, e foram convocadas por um anónimo inspirado pela primavera árabe que derrubou regimes como os de Zine Al-Abidine Bem Ali, na Tunísia, Hosni Mubarak, no Egipto, e Muammar Kadhafi, na Líbia.
Antes de 2011, as manifestações em Angola eram apenas dirigidas por Movimentos de Estudantes Angolanos que visavam exigir atribuições de passes sociais para os transportes públicos, e pelos partidos políticos, como PADEPA, que defendiam mais direitos económicos, sociais e políticos para os angolanos.
Nito Alves, um dos detidos no passado Sábado, disse que as manifestações vão continuar e reconheceu que cada vez mais a polícia nacional tem vindo a ganhar consciência que não pode bater ou usar a violência, mas apenas guardar os locais públicos.
“Vamos sentindo que a polícia vai ganhando consciência e a prova disso é que desta vez apenas houve agressão verbal contra os activistas e não mais a violência, por isso vamos continuar” disse Nito.
Segundo Nito Alves, eram 30 jovens, dos quais 20 foram detidos e depois libertados.
Aquele activista disse à Voz da América que o movimento vai processar o comandante da polícia que ordenou a sua detenção.