O chefe de Estado angolano, João Lourenço, exonerou na quarta-feira, 1 de Novembro, Carlos Sumbula das funções de presidente do conselho de administração da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), quatro meses depois de ter sido reconduzido para mais um mandato de cinco anos, pelo antigo presidente da República, José Eduardo dos Santos.
A recondução de Carlos Sumbula, em decreto presidencial, de 30 Junho passado gerou, na altura, alguma controvérsia por, supostamente, entrar em contradição com um despacho anterior que determinava a cessação dos mandatos de todos os conselhos de administração das empresas públicas em função da formação do novo governo. A primeira nomeação aconteceu em 2009.
A oposição política chegou a sugerir que a indicação visava proibir o Presidente eleito de “mexer” nestes órgãos durante o seu mandato como Titular do Poder Executivo.
Para presidente do conselho de administração daquela empresa pública, João Lourenço nomeou o economista José Manuel Ganga Júnior, que até 2015 foi director-geral da Sociedade Mineira de Catoca, responsável por 75% da produção diamantífera anual angolana.
Entretanto, economista João Maria Funzi Chimpolo, diz que a decisão de João Lourenço visa reorganizar as empresas públicas do sector económico para corresponder as expectativas criadas nos seus últimos discursos ao país. O especialista afirma ser necessário afastar todos os gestores que não demonstraram capacidade de gestão das empresas sob sua responsabilidade.
Sobrinha de José Eduardo dos Santos no BNA
O Presidente angolano mudou ainda a administração da Empresa de Ferro de Angola (Ferrangol), concessionária do sector mineiro do país, e nomeou para o cargo de presidente do conselho de administração, João Diniz dos Santos no cargo antes ocupado por Diamantino Pedro Azevedo .
O Presidente da República nomeou igualmente, novas entidades para o Conselho de Administração do Banco Nacional de Angola e ainda Avelina Escórcio dos Santos e Santos, sobrinha do antigo Presidente, José Eduardo dos Santos, para o cargo de directora-adjunta do seu gabinete.
Enquanto isso, o economista e antigo deputado da UNITA, Fernando Heitor foi eleito administrador executivo do Banco de Poupança e Crédito (BPC) por decisão assembleia universal de accionistas.