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Integração dos antigos guerrilheiros da Renamo "trava" em verbas que enviado do secretário-geral da ONU diz existirem


Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, (esq) e Ossufo Momade, presidente da Renamo (dir.) depois da assinatura do Acordo de Paz
Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, (esq) e Ossufo Momade, presidente da Renamo (dir.) depois da assinatura do Acordo de Paz

O enviado do Secretário-Geral das Nações Unidas a Moçambique, Mirko Manzoni, disse esta semana em Nova Iorque, que o Governo moçambicano tem dinheiro para pagar pensões a guerrilheiros da Renamo, assunto que tem sido o principal contencioso entre Maputo e o principal partido da oposição.

Entretanto, analistas políticos consideram que o não pagamento de pensões aos antigos guerrilheiros traduz uma realidade complexa que o Governo de Moçambique está a tentar esconder, que é a falta de recursos para despesas correntes, sendo forçado a fazer desvios de aplicação de fundos disponibilizados pela comunidade internacional o para este efeito.

Em declarações à agência Lusa, Mirko Manzoni, disse que o "financiamento é um assunto que parece ser um pouco técnico".

"O financiamento das pensões foi votado, o Governo de Moçambique tem o dinheiro para pagar as pensões. É claro que o assunto das pensões não é fácil. Também no meu país, que é a Suíça, não é um assunto fácil. As pensões, no caso de Moçambique, vão ser pagas como a todos os combatentes", concluiu.

O analista político Manuel Alves é de opinião que o Governo está comprometido com os acordos assinados com a Renamo, mas não tem dinheiro para pagar as pensões, tal como não consegue enquadrar todos os funcionários públicos na chamada Tabela Salarial Única.

“Há muitos casos mal parados em Moçambique por falta de verbas”, realça aquele analista,enquanto o também analista político Alexandre Chiure afirma que a União Europeia e outros parceiros internacionais prometeram apoiar o processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos combatentes da Renamo, mas por falta de recursos para fazer face a despesas correntes,
eventualmente, o Governo esteja a ser forçado a desviar os fundos prometidos.

Por seu turno, o também analista político Isaias Caetano alertou para a necessidade do pagamento de pensão de sobrevivência aos antigos guerrilheiros da Renamo, “para que não se sintam excluídos e tentados a pegar novamente em armas.

Entretanto, o porta-voz da Renamo, José Manteigas, diz que, por isso mesmo, a falta de pagamento de pensões é a principal inquietação do seu partido.

Por seu turno, o porta-voz do Governo, Filimao Suaze, considera que o assunto das pensões de reforma aos antigos guerrilheiros da Renamo também constitui motivo de preocupação para o Executivo, tanto é assim que, na semana passada, aprovou um decreto nesse sentido.

Suaze refere que os antigos guerrilheiros da Renamo ou seus descendentes vão beneficiar-se de pensão de invalidez, de sobrevivência e de subsidio de morte.

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