A Human Rights Watch pede ao presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que “se comprometa com medidas concretas para materializar as suas promessas sobre o meio ambiente, enquanto representantes do governo se reúnem para a reunião de cimeira climática da COP27 no Egipto”.
COP27 é a 27ª conferência anual da ONU sobre mudanças climáticas, que é realizada este mês.
Lula e o actual presidente brasileiro Jair Bolsonaro são esperados na reunião.
“Como a COP27 começa uma semana após a sua eleição, Lula deve especificar como planeia defender o estado de direito na Amazônia e proteger tanto a floresta quanto os seus defensores, assim que assumir o cargo”, disse a directora da Human Rights Watch Brasil, Maria Laura Canineu.
De acordo com esta organização de direitos humanos, em 2003, quando Da Silva assumiu o cargo presidencial, ele herdou uma das maiores taxas de desmatamento da Amazônia já registadas, mas essa taxa caiu 67% até o final de seu segundo mandato em 2010.
Mas, disse a Human Rights Watch, “sob Bolsonaro, o desmatamento na Amazônia aumentou 73% em 2021 em comparação com 2018, o seu nível mais alto em 15 anos. Cerca de 34.000 quilómetros quadrados da floresta amazônica foram desmatados entre 2019 e 2021, segundo dados oficiais. Quase 99% do desmatamento registado em 2021 teve alguma irregularidade indicando ilegalidade.”
A Human Rights Watch disse que a equipa de transição de Lula “deve preparar uma estratégia para reverter a destruição ambiental desenfreada, que ocorreu sob a presidência de Bolsonaro”.
Canineu pediu ao mundo exterior que monitore de perto “a situação na Amazônia e apoie os esforços para combater o desmatamento e proteger os defensores da floresta”.
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