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Bolsonaro diz que cumprirá a Constituição mas não reconhece derrota e apoia protestos dos seus eleitores


Jair Bolsonaro em conferêcia de imprensa no Palácio da Alvorada em Brasília, 1 Nov 2022
Jair Bolsonaro em conferêcia de imprensa no Palácio da Alvorada em Brasília, 1 Nov 2022

Quase dois dias após perder a eleição presidencial no Brasil, Jair Bolsonaro fez o seu primeiro pronunciamento sem dizer que aceita o resultado, nem citar o nome do Chefe de Estado eleito, mas defendeu os seus apoiantes que têm bloqueado estradas em vários pontos do país.

"Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de Outubro. Os actuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de património e cerceamento do direito de ir e vir", afirmou o Presidente brasileiro numa mensagem em dois minutos em que esteve acompanhado dos seus principais colaboradores.

Bolsonaro sublinhou que “a direita surgiu de verdade em nosso país”, e que “nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade”.

Sem alinhavar muito o futuro, ele destacou ter formado diversas lideranças e que os “nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca, somos pela ordem e pelo progresso”.

Jair Bolsonaro falou sem admitir derrota eleitoral
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“Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra”, sublinhou o Presidente que disse que continuará a cumprir todos os mandamentos da Constituição.

Em jeito defensivo, afirmou que “sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição” e reiterou que nunca falou “em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais”.

E concluiu que é “uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade económica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde-amarela da nossa bandeira”.

Transição arranca

Embora até agora não tenha ligado para felicitar o Presidente eleito Lula da Silva ou reconhecido que perdeu, como é da praxe nas grandes democracias e, em particular no Brasil, Jair Bolsonaro ordenou o ministro-Chefe da Casa Civil a coordenar a transição com a equipa de Lula da Silva.

Brasil, ministro-Chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira
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"O Presidente Jair Bolsonaro autorizou, quando for provocado, com base na lei, a iniciarmos o processo de transição", disse Ciro Nogueiro após o discurso de Bolsonaro.

Ele ainda acrescentou que a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, lhe comunicou que, “em nome do Presidente Lula, na quinta-feira será formalizado o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin” para dar início ao processo de transição de Governo.

Recorde-se que o Tribunal Superior Eleitoral confirmou a vitória de Lula da Silva no domingo, 30, às às 19:57 horas.

Com 50,90 por cento dos votos, Lula da Silva é o primeiro político a ganhar três eleições presidenciais e Jair Bolsonaro, com 49,10 por cento dos votos, o primeiro Chefe de Estado a não se reeleger.

Minutos depois do anúncio dos resultados, os titulares dos poderes legislativo e judicial, bem como líderes de vários partidos, inclusive aliados a Bolsonaro, bem como dezenas de líderes mundiais felicitaram a Lula da Silva pela vitória.

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