O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, anunciou em Luanda que pretende propôr à Comissão Política do partido a realização do XI Congresso do Partido em Novembro ou Dezembro deste ano.
Horas antes, figuras históricas da UNITA, associaram-se publicamente ao movimento de contestação ao presidente, contando-se entre eles, Samuel Chiwale, co-fundador da UNITA, Carlos Tiago Kandanda e Paulo Lukamba Gato, antigo secretário-geral. Criticaram, como antes tinha feito Abel Chivukuvuku, o facto de o mandato do presidente ter terminado a 22 de Julho sem a adopção de procedimentos destinados à escolha de um lider da UNITA.
O porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, disse à Voz da América (VOA), pouco depois da conferência de Imprensa, que o assunto mais importanto abordado por Samakuva foi o diálogo com o MPLA sobre o pacote legislativo eleitoral.
Ao falar sobre a situação interna do partido, Sakala disse que Samakuva pretendeu sublinhar que que não há crise na UNITA. Salientou que nunca se pôs a hipótese de não haver Congresso, e que a decisão sobre a sua realização será tomada em Setembro.
Samakuva propõe Congresso da UNITA este ano
A conferência de Imprensa dos históricos, fora o dado novo neste conturbado vôo do Galo Negro desde que há uma semana sensivelmente militantes e simpatizantes da UNITA decidiram partir para a denuncia do que designavam manobras de Samakuva, para não convocar um Congresso.
Os membros do grupo dos Mais Velhos, como figuras morais da organização, dizem ter por objectivo reaproximar as partes para um só discurso.
Uma decisão sobre o futuro do partido deve ser tomada na próxima reunião do Comité Permanente prevista para esta terça-feira.
No contacto que manteve com a imprensa Carlos Kandanda disse não compreender porque razão a actual direcção do partido não reuniu as condições para um Congresso..
Carlos Tiago Kandanda sublinhou que a sociedade devia perceber que não se trata de luta pelo poder na UNITA, mas de respeito pelos estatutos.
Históricos contra Samakuva
A não realização do Congresso abriria um precedente segundo Carlos Tiago Kandanda. Uma das questões por si levantada, e neste caso para fundamentar a importância da realização do Congresso, tinha a ver com os procedimentos a ter junto do Tribunal Constitucional, por altura das eleições legislativas ...
Serra Bango, observador do fenómeno político em Angola, espera que o partido da oposição resolva os problemas internamente, a tempo de re-galvanizar simpatizantes e militantes.